Nada está perdido. No ritmo do “olho do tigre” de Rocky Balboa, o Paraná conseguiu ontem, na fria noite do Pinheirão, uma importantíssima virada sobre o Gama por 2 a 1. Mais uma vez o resultado foi conseguido pela vontade dos jogadores e pela extrema categoria de Maurílio, que marcou os dois gols tricolores. O resultado não tira o Tricolor da zona de rebaixamento, mas subiu uma posição e eleva o ânimo de um time que já era considerado rebaixado.
O Paraná só tinha um objetivo: vencer todos os seus jogos em casa, a partir do Gama. Para isso, Caio Júnior montou uma equipe forte no ataque, mas sem se descuidar na defesa. Por isso, a escalação de César Romero no lugar do suspenso Émerson. Do lado do Gama, a esperança estava nos pés do artilheiro Dimba, que queria se tornar o goleador isolado do campeonato brasileiro.
Antes da partida, o técnico Caio Júnior realizou uma motivação “musical”. Ele colocou para tocar duas músicas emblemáticas – “Festa”, de Ivete Sangalo, que simboliza a conquista do pentacampeonato mundial; e “Eye of the Tiger”, tema do filme “Rocky III”, que já se tornou um clássico dos motivadores. “Serve para que a gente anime os jogadores e os relaxe também”, explicou o técnico Caio Júnior.
Como era de se esperar, o Paraná partiu para o ataque nos primeiros instantes. Os brasilienses permaneciam na defesa, errando passes e dando espaço para o ataque tricolor. A formação tática de Caio Júnior privilegiava os alas, que tinham o auxílio de Alexandre e Maurílio para apoiar. A única jogada do Gama era a bola alçada à área, sempre procurando Dimba.
Mas a pressão paranista surtia pouco efeito, tanto que o primeiro arremate a gol aconteceu aos 16 minutos, em uma cobrança de falta de Maurílio. E tão ineficiente foi o ataque do Paraná que o Gama ‘ensinou’ como se fazer. Aos 17 minutos, Lindomar fez ótima jogada e cruzou para Jackson, que entrou de carrinho e abriu o placar.
Os paranistas aprenderam. Instantes após o gol, Luís Paulo perdeu, depois de ótima tabela com Maurílio, grande chance de igualar o jogo ao tentar conduzir a bola em demasia. Aos 24 minutos, Alexandre reclamou pênalti na entrada de Jairo, mas Wilson de Souza Mendonça nada marcou. Mas, aos 30 minutos, Maurílio conseguiu o que Alexandre não conseguira – ele forçou a passagem sobre Deda e o árbitro apontou a penalidade. Maurílio bateu e empatou a partida. A última chance da primeira etapa foi de Márcio, que acertou um belo peixinho na trave.
Caio mexeu profundamente no Paraná. Voltou do intervalo com Waldir e Cris nos lugares de Weligton e Luís Paulo, abrindo a equipe em um 4-3-3. O esquema aumentava o poder ofensivo, mas permitia ao Gama jogar nos contra-ataques. E, dominando o jogo, o Tricolor pôde usar sua arma letal: aos 13 minutos, Waldir sofreu falta, e Maurílio cobrou com muita categoria, virando o jogo.
O Paraná quase entregou ouro em seguida. Aos 20 minutos, Lindomar foi derrubado por Alexandre – no pênalti, Dimba cobrou mal e Marcos defendeu com os pés. O desperdício derrubou o Gama, que não conseguiu atacar com eficiência, à exceção do arremate de Romualdo que acertou o travessão. O Tricolor conseguiu administrar o resultado e retomar o caminho das vitórias.