O Corinthians deu um grande passo para chegar à final do Campeonato Paulista ao vencer o São Paulo por 2 a 0, neste domingo, no estádio do Morumbi, na capital paulista. Com o placar, a equipe pode perder por 1 a 0 no jogo de volta das semifinais, no próximo domingo, no estádio Itaquerão. Se o clube tricolor vencer por dois gols de diferença, a decisão da vaga à decisão estadual será nos pênaltis.

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Em uma atuação marcada pela organização tática, com força na defesa e precisão nas finalizações, o Corinthians teve dois grandes personagens. O primeiro foi o atacante Jô, que fez o primeiro gol e justificou o apelido de “Rei dos Clássicos”. No Paulistão, ele marcou seu quarto gol em quatro confrontos diante dos grandes do Estado – ao todo, tem seis gols na competição. O outro nome de relevo foi o meia Rodriguinho. Discreto e eficiente, ele dividiu a armação de jogadas com o badalado Jadson e fez o segundo gol em um chute de fora da área.

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A vitória deste domingo amplia o domínio corintiano nos confrontos. Nas últimas seis vezes em que as duas equipes se encontraram em duelos eliminatórios, o Corinthians triunfou em todas. No próximo domingo, o São Paulo terá de romper uma escrita para chegar à final: a última vez que eliminou o adversário foi na semifinal do Paulistão de 2000. Há 14 anos, desde 2003, não consegue chegar à final do Paulistão.

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Foi a segunda derrota consecutiva do São Paulo. Na última quinta-feira, já havia perdido para o Cruzeiro por 2 a 0, pela Copa do Brasil, e voltou a cometer os mesmos erros como falta de objetividade e pouca criatividade. Agora corre risco de ficar de fora das duas competições.

A partida foi marcada foi um lance raro de “fairplay”. No final do primeiro tempo, depois de um choque entre o zagueiro Rodrigo Caio, o atacante Jô e o goleiro Renan Ribeiro, o zagueiro do São Paulo avisou ao árbitro Luiz Flávio de Oliveira que ele havia derrubado o arqueiro acidentalmente. Com isso, o juiz cancelou o cartão amarelo que tinha mostrado ao corintiano pela “falta”. Se recebesse amarelo, Jô estaria fora da decisão de domingo.

O resultado foi uma decepção para mais de 45 mil torcedores. O único time com média acima de 30 mil torcedores no Paulistão, a melhor média desde 1970, empolgou em poucos lances.

O clássico mostrou duas filosofias de jogo claramente distintas. O São Paulo estava preparado para atacar. O técnico Rogério Ceni escolheu uma formação que ele próprio classificou como “ousada”. Escalou três atacantes (Wellington Nem, Luiz Araújo e Lucas Pratto) e apostou na volta de Cueva, meia peruano que ficou fora de sete partidas por causa de uma lesão muscular. Essa formação só havia sido utilizada na pré-temporada e na estreia no Paulistão – a derrota diante do Audax.

O Corinthians, por outro lado, apostou em uma marcação forte no meio, com Gabriel e Maycon para proteger a zaga. Foi com essa estratégia que fez do time a melhor defesa do torneio com apenas nove gols sofridos. O técnico Fábio Carille incorporou às suas ideias o que viu da vitória do Cruzeiro sobre o São Paulo. Tudo o que os mineiros fizeram – marcação na saída de bola e velocidade na transição da defesa para o ataque – foi reproduzido pelos corintianos.

Neste esquema simplificado de ataque contra defesa, o Corinthians foi melhor. Além de se defender, aproveitou para contra-atacar e se mostrou mais perigoso que o rival. Aos 20 minutos, Jô abriu o placar após enfiada de Rodriguinho. Em quatro clássicos, quatro gols de Jô. Na jogada, o São Paulo deu espaço parar Rodriguinho pensar e achar o espaço para o passe perfeito. Os são-paulinos reclamaram de impedimento no lance.

Antes do gol, o time alvinegro já havia chegado com perigo em dois lances – com Fagner, aos 3, e Jadson, aos 16 minutos. Grande defesa de Renan Ribeiro após o chute do meia. No segundo gol corintiano, novamente o São Paulo deu espaços para Rodriguinho. Aos 47, o meia driblou o zagueiro Maicon e chutou de fora da área para fazer 2 a 0.

Faltou ao São Paulo objetividade para finalizar e, mais importante, velocidade na troca de passes. Cada jogador tocava e ficava parado, o que facilitava a marcação do rival. Também faltava criatividade. Foi um time ofensivo, mas que não conseguia entrar na área do rival. Prova disso foi o chute de Thiago Mendes aos 25 minutos, a melhor chance do São Paulo.

No segundo tempo, o esquema “ataque contra defesa” ganhou cores ainda mais fortes. As alterações dos dois lados reforçaram o cenário. Gilberto entrou no lugar de Luiz Araújo e Clayton substituiu Jadson. A equipe do Morumbi criou boas chances com Gilberto, em um chute cruzado defendido por Cássio, aos 16 minutos, e com Lucas Pratto, aos 31. Mas não conseguiu diminuir a desvantagem para o jogo da volta, na casa do adversário.

FICHA TÉCNICA

SÃO PAULO 0 x 2 CORINTHIANS

SÃO PAULO: Renan Ribeiro; Araruna (Thomaz), Maicon, Rodrigo Caio e Junior Tavares; Jucilei, Thiago Mendes e Cueva; Wellington Nem (Cícero), Pratto e Luiz Araújo (Gilberto). T: Rogério Ceni.

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Pablo, Balbuena e Guilherme Arana; Gabriel, Maycon, Rodriguinho (Camacho), Jadson (Clayton) e Romero (Léo Jabá); Jô; T: Fábio Carille.

GOLS – Jô, aos 20, e Rodriguinho, aos 47 minutos do primeiro tempo.

CARTÕES AMARELOS – Luiz Araújo e Jucilei (São Paulo); Romero, Pablo e Maycon (Corinthians).

ÁRBITRO – Luiz Flávio de Oliveira (Fifa).

RENDA – R$ 1.448.769,00.

PÚBLICO – 45.366 pagantes.

LOCAL – Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP).