Está difícil parar o Corinthians no Campeonato Brasileiro. Nem o Grêmio, tido por muitos como um time melhor, conseguiu. Mesmo jogando em casa. Neste domingo, na arena, tornou-se mais uma vítima do futebol pragmático, competitivo e disciplinado taticamente do time paulista. O time alvinegro venceu por 1 a 0, manteve a invencibilidade, subiu para 26 pontos classificação, agora quatro a mais do que o próprio Grêmio, e se impõe cada vez mais na competição.

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Neste domingo, o Corinthians teve como grandes personagens uma figura conhecida, o goleiro Cássio (pegou até pênalti) e outra improvável. Paulo Roberto só jogou porque Gabriel estava suspenso e foi fundamental para a vitória.

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Jogando em casa, o Grêmio tomou a iniciativa e o Corinthians começou marcando atrás. Os gaúchos, no entanto, não conseguiu furar o bloqueio dos paulistas que, quando tinham a bola, não encontravam espaços para jogar.

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Com o passar do tempo, Fábio Carille determinou que o Corinthians também marcasse mais à frente, mas não deu muito certo. O Grêmio continuasse saindo para o jogo. Mas até a entrada da área rival. Dali, invariavelmente, não passava.

E foi do Corinthians a primeira chance real de gol. Ocorreu graças a um erro de passe na saída de bola gremista. O volante Paulo Roberto roubou a bola, penetrou de surpresa, passando por dois adversários e só foi parado pela excelente defesa de Marcelo Grohe. A resposta do Grêmio, quatro minutos depois, não foi na mesma proporção. Luan cobrou falta da esquerda, mas errou o alvo, chutando à direita de Cássio.

As duas conclusões seguintes do time gaúcho foram muito mais perigosas. Aos 20, Pedro Rocha bateu de fora da área e Cássio se esticou todo para colocar para escanteio; aos 22, Geromel perdeu um gol incrível, livre na pequena área, ao errar o alvo após um escanteio.

O Corinthians estava acuado, tinha dificuldade para organizar jogadas ofensivas. Jô, isolado na frente, pouco participava da partida. O jeito, então, era tentar de longe, como fez Maicon aos 29 minutos, chutando da intermediária. O lance parecia despretensioso, mas o quique da bola já na área obrigou Grohe a trocar a tentativa de encaixá-la por um toque a escanteio.

Nos 15 minutos finais desta etapa, a partida ficou bastante equilibrada. O Corinthians tentou as jogadas pelos lados, reclamou de um pênalti de Cortes em Fagner, num “enrosco” na área, teve uma falta clara de Geromel e Romero não assinalada pelo juiz Wilton Pereira Sampaio, mas, pelo que produziu, não tinha mesmo muita chance de chegar ao gol na etapa.

No intervalo, Fábio Carille pegou a seus jogadores que adiantassem a marcação. A instrução de Renato Gaúcho foi para explorar mais a velocidade, sobretudo pelo lado esquerdo do ataque, com Pedro Rocha. Ambas as equipes tentaram fazer o que seus técnicos pediram, mas foi o fator surpresa que colocou o Corinthians em vantagem, logo aos seis minutos do segundo tempo.

Paulo Roberto, que já havia feito uma bela arrancada na primeira etapa, arrancou de novo, deixou Luan e Geromel para trás e, da lateral da área, pelo lado esquerdo, cruzou. Jô não conseguiu dominar, mas a bola ficou limpa para Jadson bater rasteiro, entre as pernas de Marcelo Grohe.

Atrás no placar, o Grêmio tentou partir para o sufoco. Mas o Corinthians é equipe bem montada, fria, com jogadores conscientes, e tratou de cortar os espaços gremistas. Além disso, quando conseguiu furar o bloqueio defensivo dos paulistas, o Grêmio encontrou Cássio. Foi o que aconteceu aos 19 minutos, quando Pedro Rocha encontrou Luan na entrada da pequena área. O atacante tocou de bico, a curta distância. Cássio nem deu rebote.

Renato Gaúcho, então, procurou tornar sua equipe mais ofensiva, colocando um atacante, Fernandinho, no lugar de um volante, Arthur. Carille respondeu tirando o já desgastado Rodriguinho e colocando Marquinhos Gabriel.

Estava difícil furar a defesa corintiana e Renato ousou ainda mais, colocando mais um atacante, Everton, no lugar do lateral-direito Edílson.

Mas a grande chance do Grêmio foi um jogador do Corinthians, Marquinhos Gabriel – acabara de entrar no lugar de Rodriguinho – quem deu: em uma cobrança de escanteio, ele puxou de maneira infantil Geromel na área. Pênalti claro. Aí, Luan, o craque do time, cobrou. Pessimamente. Bateu fraco e Cássio, uma barreira, defendeu.

Aí, o nervosismo tomou conta de vez dos gremistas. E o Corinthians, experiente, concentrado, venceu mais uma e abriu vantagem na liderança. Como única chateação, perdeu Romero, que levou o terceiro cartão amarelo, para o jogo de domingo que vem, contra o Botafogo, às 16 horas, no Itaquerão, pela 11ª rodada, na qual o Grêmio irá buscar a reabilitação contra o Palmeiras, no sábado, no mesmo horário, no Pacaembu.

FICHA TÉCNICA

GRÊMIO 0 x 1 CORINTHIANS

GRÊMIO – Marcelo Grohe; Edílson (Everton), Geromel, Kannemann e Bruno Cortez; Michel, Arthur (Fernandinho), Ramiro, Luan e Pedro Rocha (Gastón Fernandez); Lucas Barrios. Técnico: Renato Gaúcho.

CORINTHIANS – Cássio; Fagner, Pablo, Balbuena e Guilherme Arana; Paulo Roberto (Camacho), Maycon, Jadson, Rodriguinho (Marquinhos Gabriel) e Romero (Clayson); Jô. Técnico: Fábio Carille.

GOL – Jadson, aos 6 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO – Wilton Pereira Sampaio (GO).

CARTÕES AMARELOS – Kannemman, Rodriguinho, Cássio, Romero, Edílson, Geromel e Jô.

PÚBLICO – 50.116 pagantes (54.022 presentes).

RENDA – R$ 2.093.208,00.

LOCAL – Arena Grêmio, em Porto Alegre (RS).