Uma atuação de gala, digna de um Maracanã cheio (52.457 pessoas) e com cara de futebol brasileiro. Assim pode se resumir a goleada de 6×0 que o Brasil aplicou na quarta-feira (17) sobre Honduras, avançando para a final do futebol masculino nos jogos olímpicos. Depois de começar a competição capengando, sem jogar bem e até correndo o risco de ser eliminada ainda na primeira fase, a seleção parece, enfim, ter se encontrado e segue viva em busca do tão sonhado ouro, que será disputado pela quarta vez.
Uma atuação convincente, e não apenas pelo fato de o adversário ser inexpressivo, mas com toque de bola, time ofensivo, jogando em busca do gol o tempo todo, apesar do sol das 13h e da maratona de partidas que a Olimpíada oferece. Desta vez, a garotada mostrou o futebol que era esperado desde que esses jogadores foram convocados.
Há quem diga que enfrentar na decisão a Alemanha será uma revanche do 7×1 (o que não é verdade), o que mostra que a confiança está voltando. Principalmente em Neymar, que, como um maestro, conduziu a goleada. Com uma postura de capitão, o atacante se entregou o tempo todo. Foi para cima do adversário, driblou, tocou, criou boas jogadas e, principalmente, foi decisivo. Desde o primeiro minuto, quando roubou a bola do zagueiro e abriu o placar com 14 segundos, até o último, quando fechou o placar com um pênalti batido com categoria. E ainda deu passe para Gabriel Jesus e Marquinhos fazerem os deles.
Neymar chamou a responsabilidade e, como o jogador mais conhecido da seleção, sofreu com os pontapés. Foram dez faltas em cima do camisa 10, que respondeu com futebol, sem cair na pilha. E, assim, abriu espaço para que o restante do quarteto ofensivo, Luan, Gabriel e Gabriel Jesus, pudesse trabalhar as jogadas. No segundo gol, o trio foi fundamental. Luan para Gabriel para Luan para Gabriel Jesus para o fundo das redes. Saiu Gabriel, entrou Felipe Anderson, que participou do quinto gol ao dar o passe para Luan. Um ataque que há muito não se via jogando tão bem com a amarelinha.
Mas lá atrás Weverton também foi exigido. Tudo bem que a vitória já estava construída, mas o goleiro do Atlético fez duas grandes defesas que passaram segurança e que podem fazer o Brasil terminar a competição sem ser vazado. A única vez que isso aconteceu foi em 2004, em Atenas, quando a Argentina foi campeã sem sofrer um gol sequer.
“Fico feliz. Estamos nos fortalecendo cada vez mais e juntos, unidos, e com o apoio do torcedor, este ouro inédito vai vir para o Brasil”, disse Weverton. O apoio, definitivamente parece que a seleção conquistou.