Aloísio matou o tempo no avião fazendo tratamento na coxa pra conseguir se recuperar a tempo. |
Não será o empate chocho contra o Fortaleza que irá tirar a motivação do Atlético para a partida de quinta-feira contra o Chivas Guadalajara. Com a prioridade sendo a classificação para a final da Copa Libertadores, a delegação rubro-negra embarcou ontem para o México com um só pensamento: trazer do Estádio Jalisco a inédita vaga na final do principal torneio do continente.
"Nessa quinta-feira nós vamos entrar para conseguir uma inédita classificação e com certeza os jogadores estão muito motivados com essa possibilidade de passarmos para a final", promete o volante Ticão. Não só isso, como todos eles vêm repetindo a cada fase ultrapassada na competição, este passa a ser o jogo mais importante na carreira de cada um. "O nosso time está com uma boa vantagem, mas a gente tem que respeitar o time deles, que é muito bom", destaca Lima.
Nem a possível pressão da torcida e do próprio Chivas tira a tranqüilidade do grupo. "Temos que fazer a mesma coisa que fizemos no primeiro jogo, na quinta-feira passada, a maneira como nós jogamos, o nosso posicionamento tático e a maneira como nós lutamos pela bola", antecipa o goleiro Diego. Ele é outro que aponta a partida contra os mexicanos como a mais importante para o grupo atleticano. "É o jogo mais importante da história do clube, então nós temos que ter uma atenção muito grande e fazer de tudo para vencer", analisa.
Segundo o zagueiro Marcão, mesmo com a volta de alguns titulares na equipe mexicana, a dificuldade será a mesma. "Independente de quem jogue, eu tenho certeza que eles vão querer a classificação e nós estamos prontos para o que der e vier. Nossa equipe está bem treinada e sabe o que tem que fazer", garante. Segundo o zagueiro, o mais importante será manter a tranqüilidade. "Temos 90 minutos, uma vantagem de três a zero e temos que saber lidar com essa vantagem", projeta.
Para se classificar, o Atlético pode até perder por 1 a 0, 2 a 0 ou qualquer placar com diferença de três gols desde que o time da Baixada faça pelo menos um gol. Se der 3 a 0 para o Chivas, a disputa da vaga irá para os pênaltis.
Atacante é dúvida para quinta-feira
O atacante Aloísio só vai saber se joga na quinta-feira, momentos antes da partida contra o Chivas Guadalajara. O jogador sofreu uma pancada na partida de quinta-feira passada contra os mexicanos, não pôde atuar contra o Fortaleza e é a principal dúvida do técnico Antônio Lopes para definir a equipe que joga a partida de volta das semifinais da Copa Libertadores da América. No restante da equipe, a única mudança deverá ser a volta do volante Alan Bahia, após cumprir suspensão automática.
?Ele sofreu uma pancada na coxa direita contra o Chivas, viaja, mas vai ficar em tratamento até o dia do jogo?, revela Daniel Tenius, médico da delegação rubro-negra, sobre o atacante Aloísio. Mesmo assim, o artilheiro corre o risco de ficar de fora deste jogo. ?No dia é que vai ser decidido se ele joga ou não?, aponta. Esta não é a primeira vez que Aloísio viaja machucado. Nas oitavas-de-final, contra o Cerro Porteño, ele foi para Assunção e só atuou poucos minutos porque estava com uma fissura no pulso direito.
Sempre sorridente e bem disposto, o atacante passou boa parte do vôo para Guadalajara fazendo tratamento, tentando se recuperar a tempo. ?Olha, eu estou tratando de duas em duas horas para, se Deus quiser, desinchar logo, tanto a coxa quanto o joelho, para eu poder entrar em campo e jogar os 90 minutos?, analisa Aloísio. Empolgado, ele está. ?Espero estar ao lado do Lima para a gente fazer os gols e sair de lá com a classificação?, projeta.
De qualquer forma, sua escalação dependerá da recuperação da lesão. Caso não possa atuar, Cléo e Jorge Hen -rique e até mesmo Rodrigo disputam o lugar de Aloísio. Além dessa possível mudança, o treinador rubro-negro ainda vai decidir se Alan Bahia volta ao time ou se mantém André Rocha para fazer a função de segundo volante. ?Ainda não está definido porque nós vamos analisar melhor durante os treinamentos antes da partida?, diz o Delegado.
Hoje à tarde, o Furacão faz o primeiro trabalho com bola no CT do Atlas, rival do Chivas. Amanhã, repete a dose no mesmo local e, à noite, vai fazer o reconhecimento do Estádio Jalisco.
Sem acordo com o colégio
Acabou em frustração aquele que seria o primeiro encontro entre as três partes envolvidas no processo pelo terreno vizinho à Arena. O Colégio Expoente não enviou representantes e esvaziou a reunião promovida ontem à tarde pela Casa Civil do governo do Estado.
Somente os advogados Marcus Malucelli, do Atlético, e Iguacimir Franco, representante do outro proprietário do terreno, Marcelo Gava, estiveram reunidos com o secretário-chefe da Casa Civil, Caíto Quintana. Mas as duas partes já haviam se entendido e o encontro, de meia hora de duração, foi pouco produtivo.
O principal impasse é entre Gava e o Expoente, que se reuniram separadamente no final da semana passada. O dono de 50% do terreno cobra do colégio cerca de R$ 3 milhões – R$ 4 milhões em aluguéis atrasados menos R$ 1 milhão que o Expoente pede como indenização pelas benfeitorias construídas no local. A mesma conta vale para o Atlético – mas o Rubro-Negro, interessado na saída imediata do Expoente para conclusão da Arena, já abriu mão dos seus R$ 3 milhões.
Segundo o advogado de Gava, seu cliente se dispõe a parcelar o pagamento da dívida, ou mesmo a perdoar parte dela. ?Mas o Expoente não fez nenhuma proposta a não ser a extinção pura e simples da dívida?, disse Iguacimir Franco. Sem acordo, Atlético e Gava mantêm a ação judicial de despejo que movem contra o colégio.
A Casa Civil não encerrou as negociações e determinou uma nova tentativa de acordo com o Expoente.
Protestos
O impasse nas negociações fez o grupo Esquadrão da Torcida Atleticana (ETA) retomar a campanha ?Xô Expoente?, para pressionar o colégio a deixar o terreno.