Apesar de não estar pronto e ainda faltar muita coisa a ser feita, a Odebrecht concluiu nesta terça sua parte nas obras do Itaquerão após 1.045 dias e repassou a operação ao Corinthians. A cerimônia foi realizada no próprio estádio e contou com as presenças do presidente alvinegro Mario Gobbi, do ex-presidente Andrés Sanchez, responsável pela obra, de Nádia Campeão, vice-prefeita de São Paulo e coordenadora da SPCopa, Júlio Semeghini, coordenador do Comitê Paulista, e representantes da Odebrecht, entre outros.
Mario Gobbi elogiou a obra e revelou estar encantado com a nova casa da equipe. “A emoção é muito grande, nos toca e comove neste ato simbólico no qual o Corinthians recebe da Odebrecht a sua casa particular. Vamos pagar pela obra”, frisou, lembrando que ainda haverá uma parceria com a empresa. “Vamos iniciar os trabalhos operacionais de adaptação de tudo que será feito e utilizado no seu interior. Vamos ainda permanecer alguns meses trabalhando juntos, pois ainda há um trecho a percorrer e que os dois precisam estar juntos.”
Andrés Sanchez, por sua vez, lamentou as três mortes que ocorreram no canteiro de obras e reconheceu que nem tudo está pronto. “Quando você faz sua casa, tem de mudar algumas coisas. Realmente precisa terminar, e vamos até o final de maio trabalhando para ter uma bela Copa do Mundo. Mas vai ficar pronto só no final do ano, porque muita coisa não poderia ser feita por causa da Copa”, disse. “O Corinthians tem de começar a operação, que não é apenas limpeza e segurança. Faltam poucas coisas, que nas próximas semanas estarão prontas”, explicou, sem dar muitos detalhes.
A parte mais atrasada é o lado norte, na cobertura. Falta também colocar membrana no teto do prédio oeste e terminar o acabamento em alguns setores. Andrés falou ainda sobre a polêmica do telão, que não será colocado na Copa porque ficaria na frente das arquibancadas provisórias. Assim, o Corinthians vai alugar o equipamento para a competição e só depois vai instalar os telões de alta definição previstos no projeto. Outros itens, como a mobília e decoração, por exemplo, não foram colocados porque ficarão a cargo da Fifa, que assume o estádio em 21 de maio, mas já está lá dentro trabalhando.
LEGADO – Os políticos presentes enalteceram a importância do estádio para a zona leste de São Paulo. Nádia Campeão acha que toda a região vai ganhar com o Mundial e com o novo estádio. “Em três anos houve uma transformação incrível na região. A Copa do Mundo foi o catalisador e agora temos um belo estádio”, explicou. Para Semeghini, os próximos anos vão mostrar que a escolha de Itaquera foi correta. “Estamos felizes com o legado da Copa em Itaquera. Aqui será um dos lugares mais visitados do Brasil”, disse.