Antes da estreia na Copa Libertadores, o técnico Ricardo Gomes colocava esta quarta-feira como o limite para o São Paulo jogar um futebol digno de quem busca o quarto título do torneio continental. E o time foi aprovado no primeiro teste. Venceu os reservas do Monterrey, do México, por 2 a 0 no Morumbi, na estreia de Cicinho, recém-chegado ao Brasil.

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Mesmo sem poder contar com todos os reforços contratados para 2010 (Fernandinho e Rodrigo Souto machucados, além de André Luís suspenso), o time apresentou um futebol envolvente, com toques rápidos, que precisa de tempo para engrenar de vez. Washington marcou os dois gols e decretou os três primeiros pontos ao time na tabela.

A vitória não chegava a ser considerada fundamental, porém importante para um bom começo daquele que é inegavelmente o principal objetivo do time na temporada. Também pelo Grupo 2, o Once Caldas, algoz em 2004, venceu o Nacional (PAR) na terça e divide a liderança.

No reencontro com seu estádio, alugado para shows internacionais, o time viu um gramado até que em bom estado. A bola rolava fácil, mas o São Paulo começou errando muitos passes, demonstrando ansiedade.

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Quando se acertou, aos 13 minutos do primeiro tempo, abriu o placar. Jorge Wagner mandou para área, a bola passou por toda a defesa mexicana, mas não pelo o artilheiro Washington, que ainda dividiu com o zagueiro Cervantes antes de marcar. O camisa 9 reivindicou a autoria do gol. “Se eu não toco, não seria gol”, disse.

Com a vantagem no placar, o time recuou e passou a só administrar a posse de bola. Assim, acabou dando espaços para o Monterrey, que tinha suas melhores chances com os atacantes Medina e Val Baiano, ex-Barueri. O vice-artilheiro do Brasileirão de 2009, com 19 gols, deu pouco trabalho a Rogério Ceni.

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Nem os gritos do Ricardo Gomes com os seus atletas fizeram o São Paulo se arriscar no ataque. Hernanes até ensaiava algumas de suas melhores jogadas, mas era parado com falta. “Libertadores é assim mesmo. Entramos para fazer três pontos, em casa, agradar a torcida. Esse é o espírito”, resumiu Hernanes.

E a bronca do técnico surtiu efeito. O São Paulo voltou mais aguerrido, disposto a confirmar a vitória logo nos primeiros minutos. Marcelinho Paraíba, que substitui o lesionado Dagoberto, apareceu mais para o jogo e até chegou a ter boas chances.

Mas a torcida foi ao delírio mesmo com a reestreia de Cicinho. O lateral-direito, que chegou ao Brasil nesta quarta pela manhã, entrou aos 31 minutos da etapa complementar e, se não teve grande participação, ao menos deu sorte. No lance da substituição, Hernanes cobrou escanteio e Washington, de cabeça, fez o segundo.

A partir daí foi só festa. O meio-campo passou a tocar a bola, sem sofrer perigos na defesa. Empolgado, Washington ainda tentou mais algumas chances, mas sem alterar o placar.

O próximo compromisso do São Paulo pela Libertadores é contra o Once Caldas, na Colômbia, no dia 25. Antes disso, pelo Campeonato Paulista, o time encara o Ituano, dia 13, também fora de casa, para voltar ao grupo que se classifica às semifinais.

Ficha Técnica:

São Paulo 2 x 0 Monterrey-MEX

São Paulo – Rogério Ceni; Renato Silva, Xandão, Miranda; Jean (Léo Lima), Richarlyson (Cicinho), Hernanes, Cleber Santana, Jorge Wagner; Marcelinho Paraíba (Marlos) e Washington. Técnico: Ricardo Gomes.

Monterrey-MEX – Ortiz; Guevara, Morales, Cervantes, Pérez; Galindo (Luiz Rodriguez), Savala, Medina, Arellano (Martinez); Carreño e Val Baiano (Santana). Técnico: Victor Manuel Vucetich.

Gols – Washington, aos 13 do primeiro tempo, e aos 31 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos – Hernanes (São Paulo); Pérez e Luis Rodriguez (Monterrey).

Árbitro – Sergio Pezzota (ARG).

Renda – R$ 1.019.971,08.

Público – 35.523 pagantes.

Local – Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP).