O Brasil deixou sua marca em Trestles, oitava etapa do Circuito Mundial de Surfe no masculino e sétima no feminino. Filipe Toledo e Silvana Lima fizeram a dobradinha brasileira nas ondas da Califórnia e a festa da torcida nacional presente nesta sexta-feira, nos Estados Unidos. Os dois fizeram um campeonato impecável e ganharam pontuação preciosa no ranking mundial da temporada.
No masculino, Filipe Toledo fez uma final bastante equilibrada com o sul-africano Jordy Smith e levou a melhor em mais um dia de ondas pequenas. O resultado colocou o atleta mais perto do líder, justamente seu rival na bateria. A vitória foi por 15,67 contra 9,80. Os minutos finais foram tensos, mas não veio nenhuma boa onda para o sul-africano.
“É realmente um momento especial. Ir para a final contra o Jordy, que me venceu na última vez, é muito bom. Muitos amigos estão aqui, minha família está presente, e ainda mais teve a vitória da Silvana. Foi muito legal para os brasileiros”, comentou Filipinho, enquanto os fãs ao fundo gritavam: “Uh, é dobradinha”.
O surfista de Ubatuba, que mora na Califórnia, gostou da forma como pensou a final e agora espera chegar ao topo. “Minha estratégia funcionou, tive de manter a calma e pegar as ondas certas. Sou o único surfista que venceu dois eventos no ano e espero manter o ritmo. Meu objetivo é tentar ir mais longe ainda, vamos ver o que vai acontecer na temporada”, disse.
Com o resultado, Filipinho subiu para o sétimo lugar do campeonato, uma posição logo atrás de Adriano de Souza, o Mineirinho. E uma colocação à frente do compatriota Gabriel Medina. A liderança segue com Jordy e o havaiano John John Florence, atual campeão mundial, continua na segunda colocação.
No feminino, Silvana Lima deu um show durante a etapa, vencendo todas suas baterias e chegando ao título com grande mérito. “Vim para cá com a intenção de me divertir, porque adoro essa onda. Me senti muito confiante e ainda não estou acreditando nesta vitória”, confessou a brasileira.
Ela ganhou na decisão da australiana Keely Andrew por 17,60 pontos contra 10,93 da adversária. A façanha é muito grande até porque uma brasileira não ganhava uma etapa do Circuito Mundial desde 2010. Na ocasião, a própria Silvana venceu uma etapa da elite no Peru.
Aos 32 anos, Silvana tenta reencontrar sua boa forma e espera colher mais frutos ainda no restante da temporada, na qual não vinha bem. Que felicidade enorme eu estou sentindo. Desde o começo fiquei pensando que aqui é um lugar especial, pois tem uma onda que parece uma pista de skate. A hora chegou, sou campeã”, vibrou.