A arrancada da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 2014 começa neste sábado, no mesmo palco do início da campanha que levou ao título da Copa das Confederações. É desta maneira que Luiz Felipe Scolari encara o amistoso contra a Austrália, às 16h15, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Foi nesta arena que o Brasil fez 3 a 0 no Japão na estreia no evento-teste para o Mundial e é nela que, apesar dos desfalques, o treinador quer ver o time jogando em alto nível.
Em relação ao time campeão sobre a Espanha, Felipão não contará com Daniel Alves, Hulk e Fred, todos cortados por contusão, e Oscar é baixa quase certa por causa da torção no tornozelo direito sofrida no treino da última quinta-feira. Problema? Para ele pode ser até uma solução.
Felipão explica: “Perdi dois ou três jogadores, mas a oportunidade que tenho de lançar outros atletas vai me dar a chance de poder observá-los. Eu não quero 11 titulares, eu quero 23 que possa colocar no time e não ter dúvida”, disse, nesta sexta, já pensando na Copa e na definição do grupo, algo que pretende fazer até dezembro – ainda vai convocar de três a cinco novos atletas nos próximos amistosos para testá-los.
Certo é que, a partir de agora, o treinador vai cobrar bastante dos jogadores. “Nem considero o jogo com a Suíça (o primeiro depois da Copa das Confederações, que o Brasil perdeu por 1 a 0), pois os jogadores estavam fora de forma. A partir de agora, quero dedicação total nos treinamentos e jogos. É preciso elevar o nível da equipe. E ninguém tem vaga cativa”.
Neste sábado, a chance de mostrar que também podem ser titulares, e que portanto merecem vaga na turma da Copa, é de Maicon, Jô, Ramires e Bernard. O volante do Chelsea, perdoado por Felipão, treinou nesta sexta no lugar de Oscar e deverá assumir a função do titular na seleção. “É para ele jogar como um meia. O Ramires sabe jogar ali. Ele atuou assim no Cruzeiro. Tem característica um pouco diferente do Oscar, mas é normal”, disse Felipão.
Com Ramires, e com Bernard pela direita do ataque no lugar de Hulk, mas com a incumbência de ajudar também no combate ao adversário, ele mantém o esquema da Copa das Confederações. Recém-chegado ao Shakhtar Donetsk e ainda lutando para se adaptar à Ucrânia, Bernard, novo “xodó” do treinador, está ansioso para jogar. “Se for escolhido, vou tentar agradar a ele (Felipão). O Hulk é forte, tem velocidade e chuta bem, mas acho que dá para manter o estilo de jogo do time”.
Durante a semana, Bernard treinou várias vezes no time titular enquanto que Lucas, substituto natural de Hulk, ficou em segundo plano. Mas o ex-jogador do Atlético Mineiro não considera que tenha relegado o atacante do Paris Saint-Germain ao ostracismo. “Dentro do que o Felipão precisa em cada jogo, vai usar o Lucas. Aqui todos estão na mesma busca e todos são importantes”.
VARIAÇÕES – O amistoso contra a Austrália também poderá servir para o treinador testar opções táticas durante a partida. Uma destas variações implica na saída de Bernard e na colocação de Alexandre Pato e Jô no ataque. Neymar, nesta situação, se posiciona atrás do dois atacantes e Luiz Gustavo, Paulinho e Ramires ficam como volantes. No gol, ele não assegurou claramente que Julio Cesar jogará. Mas pelos treinos da semana, deve iniciar o jogo, com Jefferson na reserva.
Enfrentar uma seleção de escalão inferior como a Austrália após passar quase todo a primeira parte do ano encarando equipes de primeiro nível não atrapalha seu trabalho, disse Felipão. “Num jogo como esse eu tiro observações do ponto de vista técnico porque é um time que joga com 9 do meio pra trás, que tem sete jogadores com 1,85, 1,90m e que tem estilo de jogo diferente. É válido também pelas observações que posso fazer”.