A questão que fica após o êxito da coletiva conjunta de Coritiba e Atlético é sobre até quando essa harmonia vai continuar. Os presidentes garantem que o início de uma longa caminhada. Mas e as torcidas organizadas vão cumprir o acordo? Em São Paulo, no ano passado, Corinthians e Palmeiras fizeram ação semelhante que a de ontem, menos com os jogadores presentes. Porém, nas ruas, ocorrem confrontos entre as torcidas mesmo com o pedido de paz.
Em Curitiba, os dois clubes têm históricos ruins e recentes de repercussão pelo Brasil e até no mundo. Em 2009, a Império Alviverde invadiu o gramado após o rebaixamento no empate contra o Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro, e protagonizou cenas de violência com a Polícia Militar e funcionários do time carioca. Em 2013, a Fanáticos e Ultras entraram em confronto no clássico na Vila Capanema. Depois, na Arena Joinville, a maior organizada do Furacão entrou em confronto com a Força Jovem, do Vasco da Gama, pela última rodada da Série A.
Petraglia reconheceu que tem dificuldades no quesito e diz estar tentando administrar o problema com diálogo, e deixando o clube apenas como a Fanáticos como organizada única. Mesmo assim não é suficiente. “Não temos tido resultado. Se há dois clubes que pagaram pelos atos das suas torcidas organizadas, foram Coritiba e Atlético. Estamos iniciando o trabalho com o apoio da mídia de conscientização. Se vamos conseguir paz absoluta, saberemos no futuro. Temos por obrigação fazer algumas coisas. Essa é a primeira”, promete.
Bacellar, contudo, já possui um entendimento maior com a Império. A torcida, aliás, apoiou sua candidatura na eleição de dezembro do ano passado. “Temos uma relação de muito respeito com a torcida organizada e estamos de portas abertas para dialogar sempre com a maior harmonia e pedir paz nos estádios”, garante.
A Fanáticos, em seu perfil no Facebook, fez um vídeo pedindo que seus integrantes também mantenham a ordem no caminho para a Arena da Baixada, onde será a saída da torcida para o Couto Pereira no domingo. A organizada fará uma reunião hoje para passar todas as recomendações. “Só faltaram dois diretores nesse pronunciamento. Estamos tentando conscientizar a galera, convocamos comandos e integrantes para ter consciência e evitar tumulto no clássico”, explica Gilmar Alves, diretor de viagem e secretário.
Do outro lado, a Império dará o recado aos seus associados na loja da torcida neste sábado sobre as instruções para o Atletiba. Reimackler Alan Graboski, presidente da instituição, elogiou a atitude das diretorias dos clubes e espera que essa afinidade também seja refletida nas arquibancadas, com os materiais (vestuário, faixa, bandeiras e bateria) sejam sempre liberadas. E ainda comentou que é preciso, em caso de confusão, punir os infratores. “Não adianta punir a gente e quem fez a desordem continuar fazendo isso nos próximos jogos. A gente tenta conscientizar todos disso, mas só aprende quem passa pela punição”, finaliza.
Policiamento
Ontem foi decidido o esquema de segurança para o clássico. O horário de ônibus para a torcida do Atlético é até 14h30. A partir das 15h, os torcedores do Coritiba possuem prioridade. A PM informou que não tem como colocar viatura em cada região para escoltar os comandos da torcida, mas acredita que estipulando um horário diminua o risco de encontros. Enquanto a organizada do Verdão terá tudo liberado, a do Furacão tem apenas uma faixa. Existe a tentativa de liberar mais duas e ainda a bateria para domingo.
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