Há quase dois meses o Atlético não respirava tão aliviado. A vitória sobre o Flamengo – primeira desde o intervalo da Copa do Mundo – fez mais do que tirar o clube das barbas da zona de rebaixamento. Ela era parte fundamental no plano do técnico Vadão de reorganizar a equipe, abalada por uma série de resultados ruins. Primeiro passo dado, o novo comandante poderá se dedicar à implantação das mudanças táticas que deseja.
Desde que assumiu o cargo, no início da semana passada, Vadão repetia que a ?cabeça? era o principal problema do Atlético. O técnico considerava os jogadores excessivamente abatidos pela má fase e creditava os erros cometidos em campo à falta de tranqüilidade por causa dos resultados anteriores. Uma vitória, aliada às duas semanas ?inteiras? de trabalho (o próximo jogo em meio de semana é só em 17 de agosto, contra o São Paulo), seriam cruciais para mudar a postura da equipe.
As falhas, inclusive, se repetiram no começo do jogo conta o Flamengo, na opinião do treinador. ?A tensão era grande, principalmente depois dos resultados de sábado. Sabíamos que a derrota nos levaria à zona de rebaixamento. Mas a tendência é que a ansiedade não nos atrapalhe mais?, falou o treinador.
Além de trabalhar a semana inteira sem pressão, o treinador vai dispor de um privilégio inédito nos tempos de Givanildo: o elenco inteiro à disposição. Nenhum jogador está lesionado ou suspenso, o zagueiro Alex já cumpriu suspensão e os recém-contratados Navarro Montoya, César e Michel, além de William (este voltando de empréstimo) estão liberados pela CBF e podem atuar. Sem falar em Dagoberto e Fabrício, que depois de longos períodos de afastamento retornaram ao time diante do Flamengo.
Com novas opções, Vadão deve organizar o 3-5-2 autêntico, sem improvisações. Alex, ou mesmo César, se estiver bem condicionado, podem entrar como terceiro zagueiro.
A lateral-esquerda deve ser de Michel, pois nem Ivan, nem Moreno, conseguiram se firmar na função. E a vaga como segundo volante ficaria entre Marcelo Silva, que saiu contundido contra o Mengo, e Cristian. De resto, o time deve ser o mesmo que venceu o Flamengo. Assim, a equipe vai ficando com a cara do treinador, animado com o comportamento dos jogadores em sua estréia. ?O mais importante foi ver o grupo unido, sem desistir nunca?, comemorou o técnico. ?Deixamos uma primeira impressão muito boa para o Vadão. Agora é a hora da arrancada?, resumiu o capitão Danilo.
Prefeito pede tempo pra dar uma resposta
A Prefeitura de Curitiba prometeu ontem avaliar o impasse na localização da nova sede do Colégio Expoente, que pode prejudicar indiretamente o Atlético. Em reunião com representantes da escola e do clube, o prefeito Beto Richa e o secretário municipal de Urbanismo, Luiz Fernando Jamur, pediram prazo de uma semana para estudar soluções para o caso.
Pela atual Lei de Zoneamento, a área onde o Expoente constrói sua nova sede na Rua Pedro Augusto Menna Barreto Monclaro só poderia abrigar residências. Por causa do impasse, o colégio cogita não entregar no final de 2006 a sede colada à Baixada, conforme acordo firmado no ano passado. Assim as obras de reforma e ampliação do estádio, previstas para começar em janeiro de 2007, poderiam ser adiadas.
Durante o encontro, o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, expôs o projeto do clube para a conclusão do Joaquim Américo, numa tentativa de sensibilizar a Prefeitura. O Atlético tem pressa em ampliar seu estádio para deixá-lo disponível à Copa de 2014, cuja sede será anunciada em 2008. O Brasil é favorito.
Os vereadores Mário Celso Cunha (PSDB), João Cláudio Derosso (PSDB) e Sabino Picolo (PFL), que intermediam a negociação, sugeriram que o prefeito baixasse um decreto alterando o zoneamento da área da nova sede do Expoente. Segundo a assessoria da Prefeitura, a questão será avaliada em conjunto entre a Procuradoria Geral do município, o Ippuc e a Secretaria de Urbanismo. (CS)