A ponteira Jaqueline fez seu retorno à seleção brasileira de vôlei nesta semana após ficar afastada das quadras por um ano. Ela se juntou a mais sete jogadoras para um período de treinos em Saquarema (RJ), sob o comando do técnico José Roberto Guimarães, que resolveu lhe dar uma chance apesar da falta de ritmo em razão da longa ausência.
Jaqueline estava longe das quadras desde a última temporada, quando ficou grávida. Seu filho, Arthur, nasceu em dezembro de 2013. E não se afastou da mãe nestes últimos meses. Nem mesmo nesta semana de treinos. O bebê, de apenas quatro meses, acompanhou algumas atividades da mãe dentro do ginásio.
“Com o Arthur por perto, a minha confiança é maior. O fato da família estar toda reunida é muito positivo. Ele é muito pequeno, tem só quatro meses. Tenho uma pessoa me ajudando aqui e montamos toda uma logística”, explicou Jaqueline, que conta também com a presença do marido Murilo, que treina com a seleção masculina em Saquarema.
Feliz pela nova oportunidade, Jaqueline disse estar se readaptando às atividades. “Comecei a treinar e não senti muitas dificuldades. Aos poucos, estou evoluindo e me readaptando ao trabalho com bola. A convocação foi uma surpresa e estou muito feliz. O Zé Roberto me surpreendeu pelas palavras dele. Espero retribuir da melhor maneira possível”.
Jaqueline se refere ao apoio demonstrado pelo treinador nas últimas semanas. Zé Roberto convocou a ponteira mesmo sem ritmo de treinos e de jogos. “A Jaqueline já ajudou muito a seleção em várias conquistas. Achei que esse era o momento da seleção ajudá-la. Apesar dela não ter jogado esse ano era a nossa obrigação, por tudo que ela fez ao voleibol brasileiro, também ajudá-la agora”, afirmou.
Na sua avaliação, a jogadora já mostrou boa evolução nos últimos dias. “Ela sofreu um pouco no início porque ficou praticamente um ano sem tocar na bola, mas do primeiro treino, na segunda-feira, para hoje ela já teve uma melhora incrível. A Jaqueline tem um poder de voltar muito rápido. Ela sempre se cuidou bastante fisicamente”.
Apesar da convocação, Jaqueline segue com seu futuro indefinido. Mesmo sem ter jogado na última temporada, ela continua como uma jogadora de sete pontos no ranqueamento da CBV – a decisão foi dos clubes, em meio aos playoffs da Superliga. O problema é que o número de jogadoras como pontuação máxima, como é o caso da ponta, diminuiu de três para duas por equipe.
Por causa disso, a jogadora se vê sem muitas opções – Sesi e Molico/Osasco, que têm potencial financeiro para pagar o salário de uma campeã olímpica, já possuem duas jogadoras de sete pontos. As outras equipes paulistas não têm poderio financeiro para contratá-la. E, por causa da família (Murilo tem contrato vigente com o Sesi por mais um ano), Jaqueline não quer deixar a cidade de São Paulo. Ela não descarta a hipótese de ficar sem jogar por mais um ano.