Com ajuda do árbitro, Atlético perde para o Internacional

O Atlético completou, ontem, 84 dias sem saber o que é uma vitória em casa e aumentou a crise que parecia amenizada com a goleada sobre o Botafogo na rodada passada do Campeonato Brasileiro. O algoz, dessa vez, foi o Internacional, pior adversário do Rubro-Negro desde a reinauguração da Baixada em 1999. Desta vez, a derrota foi por 2 a 1, mas o time gaúcho contou com ajuda da arbitragem em dois lances capitais. Mesmo assim, quando a bola rolou, foi o Colorado quem deu as cartas desde o início.

Antes da partida, o técnico Givanildo de Oliveira declarou que a vitória era obrigação da equipe. Por isso, escalou um quarteto bastante ofensivo do meio para frente, mas esqueceu de cuidar da defesa. Nômades, Paulo André, Alex e Danilo se revezaram no posicionamento, mas não se acertaram. Foi por ali que o time comandado por Abel Braga encontrou as brechas para conquistar o resultado. Primeiro, com Rentería, que passou livre no meio dos três, invadiu a área e tocou na saída de Cléber.

O poderio gaúcho era bem maior e outros gols não saíram porque Cléber estava atento e fez boas defesas. Do outro lado, Clemer quase não fez nada e só tomou o gol numa desatenção da zaga, que deixou uma cobrança de escanteio rasteira passar por todo mundo. O zagueiro Danilo agradeceu e mandou no ângulo. O gol animou o Furacão, mas faltou cuidado na defesa novamente, apesar dos avisos. ?O ataque deles é muito rápido, já foi falado sobre isso e temos que ter cuidado?, alertou o goleiro atleticano no intervalo. Em vão.

No segundo tempo, mesmo com maior domínio de bola, a defesa rubro-negra continuou deixando os espaços e com os jogadores mudando a todo momento de posição. Foi o bastante para o Inter encontrar nova brecha. Tal qual com Rentería no primeiro tempo, Iarley foi lançado no segundo e só não fez porque foi derrubado por Paulo André. A assistente Maria Elisa disse que foi pênalti, bem cobrado por Jorge Vágner. Sem muita atitude, Givanildo apostou em Fabrício e Herrera, que deram novo ritmo ao time, mas sem objetividade na hora da conclusão.

Hoje Petraglia vai definir se o pernambucano continua no cargo ou não

O técnico Givanildo de Oliveira sentiu o baque e deve entregar hoje o cargo ao presidente do conselho deliberativo, Mário Celso Petraglia. Contratado como substituto de Lothar Matthäus, ele não conseguiu dar nenhum padrão tático ao Atlético, não conseguiu reverter

a má fase e foi obrigado a ouvir os torcedores pedindo sua saída após a derrota de ontem para o Internacional. Sem o pernambucano, a diretoria deverá ir atrás de um novo treinador e a bola da vez deve ficar entre Bonamigo, Cerezo e Adílson Batista.

?Até amanhã (hoje), eu vou pensar e ver se há a necessidade, se não me colocarem para fora, de entregar o cargo. É um trabalho que está começando, está errado porque os erros estão acontecendo, mas nós não podemos nos precipitar?, desabafou o pernambucano. Ele garante que não está colocando o cargo à disposição, mas que vai tirar um tempo para pensar em casa se fica ou vai embora. ?Se não acontecer de me mandarem embora, eu vou pensar e, se achar que é o momento de sair, com certeza eu entrego (o cargo)?, apontou.

A resolução oficial de sua saída vai ficar para um encontro com o manda-chuva rubro-negro. ?Eu não falei com quem (Petraglia) me trouxe, ainda. Eu tenho um respeito muito grande e não seria interessante dizer para vocês.

A primeira pessoa a saber, se eu resolver sair do Atlético, vai ser ele?, explicou. De qualquer forma, parece apenas uma questão de tempo para definir essa saída. ?A dificuldade existe e, se eu achar, como aconteceu em outros cantos, que não tem mais condições de levar adiante, eu vou embora?, reiterou.

Para ele, a maior dificuldade no momento está nos resultados, que o Rubro-Negro não está alcançando. ?Você fez quatro jogos, dois em casa e perdeu os dois, aí fica complicado?, destacou. Realista, ele sabe que o futebol é imediatista e o que vale mais é bola na rede. ?Antigamente, um treinador tinha um tempo de seis jogos. Hoje não, dois ou três jogos e já está complicado. Nós temos que conviver com isso. Nenhum treinador quer escutar a torcida gritando para ele ir embora?, analisou.

Apesar de tudo, ele não quis passar a responsabilidade para os erros de arbitragem. ?Com certeza foi pênalti no Dagoberto. Mas o resultado não volta, o pensamento é esse. A oscilação me preocupa e tínhamos obrigação de ganhar o jogo?, finalizou. Como acontece sempre em momentos ruins, nenhum cartola aparece na zona mista para falar à imprensa.

Se Giva for mesmo embora, os contatos devem recomeçar. Antes da goleada sobre o Botafogo alguns nomes tinham sido sondados e podem voltar à baila, como os de Toninho Cerezo (ex-Guarani e amigo de Petraglia), Paulo Bonamigo (ex-Marítimo/POR) e Adílson Batista (Figueirense).

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