A torcida do Paraná Clube está começando a admirar e a conhecer um jogador que, mesmo jogando apenas três partidas, conquistou o ambiente e a vaga no time titular que disputa a Série B. Trata-se de Lucas Otávio, paranaense de Bandeirantes (425 quilômetros de Curitiba), com seus 1m64 de altura, ganha espaço no dia a dia com sua alegria e vontade de vencer na carreira como atleta de futebol.
O volante iniciou a vida jogando no Matsubara, equipe da cidade de Cambará. Nos campinhos da pequena cidade, escutava dos mais experientes que um dia poderia chegar a ser um grande jogador como Carlos Alberto Dias, Tico, Ratinho e Nilmar, atletas que começaram a vida no “Japonês do Norte Pioneiro”. Aos onze anos, um amigo chamado Pires levou o menino para um teste no Santos e lá permaneceu. Deixou o estado do Paraná, mas a mãe Débora Veiga, acompanhou o início da trajetória, pois não existia alojamento para os garotos do Peixe. Logo cedo conviveu com a saudade e a preocupação de mostrar qualidade a cada treino e sonhando com grandes jogos. “Sonho em fazer história com o futebol e possibilitar uma condição melhor à minha família. Com certeza o sonho é um dia vestir a camisa da seleção brasileira e disputar uma Copa do Mundo e defender o país”, disse Lucas Otávio ao Paraná Online.
Na Baixada Santista, amadureceu e tirou de letra a gozação e até mesmo o preconceito pela baixa estatura. Ganhou apelidos como “baixolinha”, mas novamente a família serviu como base. “Sigo o conselho do meu pai (Mário Cesar Lopes) e tenho que prevalecer em outras coisas no futebol e acabo aprimorando em outros fundamentos. Não ligo para os outros e tenho mesmo esta estatura”, afirmando com orgulho o volante paranista.
Além de estar mostrando qualidade nos jogos para não deixar a posição de titular, Lucas demonstra dedicação e comprometimento aos companheiros. Na partida contra o América-MG, ele fraturou e luxou dois dedos da mão esquerda no primeiro tempo e não deixou o jogo. Contra a Portuguesa, mesmo com uma proteção no local, Lucas Otávio recebeu a mesma pancada e mostrou força para permanecer no time. “Espero sempre ajudar o Paraná e vou fazer o máximo. Se depender de mim darei minha vida dentro de campo”, ressaltou o jogador.
O atleta está emprestado ao Paraná até o final do ano e tem vínculo com o Santos, até 2016, tendo multa rescisória de R$ 90 milhões estipulada para clubes do exterior. No Tricolor, o sonho é ajudar o clube a voltar à principal divisão do futebol brasileiro. “Eu vim para somar e colaborar no acesso. Conheço a história do Paraná e a Série B não é o nosso lugar”, concluiu o pequeno notável da Vila Capanema.