O judô brasileiro conseguiu cumprir no primeiro dia da modalidade nos Jogos Pan-Americanos de Toronto a promessa de conquistar medalhas em todas as categorias de peso, tanto no masculino quanto no feminino. Neste sábado, Érika Miranda (ouro), Felipe Kitadai (prata) e Nathália Brígida (bronze) subiram ao pódio na competição. Tudo sob os olhares de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
O bom resultado contrasta com outras modalidades que bateram na trave neste sábado, como o ciclismo BMX, que ficou com o quarto lugar no masculino (Anderson Ezequiel) e no feminino (Priscila Carnaval), no nado sincronizado (dueto e por equipes) e nos saltos ornamentais, com César Castro. “A gente mantém o prognóstico de conquistar todas as 14 medalhas possíveis. Pena que a Nathália não chegou na final. Ela merecia”, comentou Rosicleia Campos, técnica da seleção feminina.
A última medalha foi exatamente a única de ouro, com Érika Miranda. Medalhista das últimas edições do Campeonato Mundial e número 3 do ranking, ela entrou no tatame agressiva na final contra a canadense Ecaterina Guica. Encaixou dois golpes em menos de um minuto e, com um wazari e um ippon, conquistou a vitória e o seu primeiro ouro em Jogos Pan-Americanos – no Campeonato Pan-Americano, ela é bicampeã. Em Toronto, venceu também a dominicana Maria Garcia e a equatoriana Diana Diaz.
Nathália Brígida (categoria até 48 kg), a caçula da seleção brasileira de judô que está no Canadá, teve a honra de conquistar a primeira medalha do Brasil no Pan. “Fico feliz por abrir o quadro de medalhas para nosso País. Espero que venham muitas outras”, afirmou a atleta, que na disputa do bronze superou a equatoriana Diana Cobos.
A garota foi convocada porque a comissão técnica da seleção resolveu preservar a campeã olímpica Sarah Menezes, que vem em má fase. Apesar do bronze, Nathália, que vem numa ascendente no Circuito Mundial (foi bronze no Grand Slam de Baku), mostrou serviço.
Começou vencendo a venezuelana Andrea Gomes porque teve uma punição a menos. Na luta seguinte, ela perdeu para a argentina Paula Paretto, segunda do ranking mundial, em decisão polêmica da arbitragem, também por diferença de punição. “Perdi a semifinal no detalhe e isso deixou um gostinho meio amargo. Mas é uma conquista que vai ficar marcada em mim pelo resto da vida.”
A segunda medalha veio com Felipe Kitadai, que perdeu na final da categoria até 60 kg para o equatoriano Lenin Preciado. Medalhista de bronze nos Jogos de Londres, o brasileiro era amplo favorito. Afinal, era hexacampeão continental, considerando o Campeonato Pan-Americano (2011 a 2015) e os Jogos Pan-Americanos.
Antes de perder pra Preciato, apenas o 22.º do mundo, o brasileiro havia superado o colombiano John Futtinico e o cubano Yandry Torres. “Fui surpreendido logo no início da luta”, contou Kitadai, que sofreu um ippon com apenas 26 segundos da final. “Não deu para conquistar o ouro, mas termos conquistados três medalhas para o judô no dia é bom.”
Logo que foi anunciado vencedor, Preciado não acreditou no resultado. Emocionado, comemorou bastante e depois reconheceu que o brasileiro é um rival muito perigoso. “Ele é um excelente adversário e sempre é complicado lutar contra ele. Mas eu encontrei o espaço e tive raciocínio rápido para dar o golpe”, explicou o equatoriano, que este ano já havia perdido para os dois reservas do Brasil na categoria.
Neste domingo, o judô brasileiro vai em busca de mais três medalhas, com Charles Chibana (categoria até 66 kg), Alex Pombo (até 73 kg) e Rafaela Silva (até 57 kg), campeã mundial de 2013.