O Cleveland Cavaliers fez a lição de casa na noite da última sexta-feira e se manteve vivo na final da NBA. Com um primeiro tempo arrasador e abusando das bolas de três pontos, o time de Ohio fez valer a pressão da Quicken Loans Arena e venceu o Jogo 4 da série melhor de sete decisiva por 137 a 116, forçando a quinta partida e mantendo aceso o sonho do bicampeonato.
Precisando desesperadamente de uma vitória para impedir uma vexatória “varrida” na decisão, o Cavaliers entrou em quadra com uma postura completamente diferente, e deu certo. Conduzido por LeBron James e Kyrie Irving, o time massacrou o até então imbatível Warriors em um primeiro tempo quase perfeito.
O Cavaliers foi para o intervalo com incríveis 86 pontos, recorde da história das finais da NBA. Foram 49 apenas no primeiro quarto, maior pontuação de um time no mesmo período de um jogo de playoffs em todos os tempos. Diante deste rolo compressor em que se transformou o ataque mandante, o Warriors não encontrou resposta e por mais que também vivesse dia inspirado ofensivamente, não voltou mais para o jogo.
Destaque também para a intensidade da partida, repleta de discussões, lances mais duros e faltas técnicas. Na terceira decisão seguida entre as equipes, esta talvez tenha sido a partida em que a rivalidade ficou mais clara, e o Cavaliers soube tirar proveito desta situação.
“Temos DNA de campeões. Esta noite, nós mostramos isso. Mantivemos a compostura. Compartilhamos a posse da bola, nos movimentamos e na defesa, fomos mais físicos. É apenas um jogo”, declarou LeBron.
Empurrado por uma barulhenta torcida em Cleveland, o Cavaliers abriu 16 pontos de vantagem logo no primeiro período. Somente no terceiro, o Warriors pareceu se recuperar do baque e chegou a diminuir a diferença, mas em nenhum momento ameaçou de fato o triunfo dos donos da casa.
O resultado, aliás, foi construído muito em função dos arremessos de longa distância. Foram 24 tentativas de três pontos convertidas pelo Cavaliers, outro recorde da história das finais, com ótimo aproveitamento de 53,3% neste tipo de chute. Apenas Kyrie Irving, Kevin Love e J.R. Smith combinaram para 17 tiros certeiros de longe.
Com a mão calibrada de longe e o Warriors tentando parar este tipo de arremesso, sobrou espaço no garrafão para as infiltrações de Kyrie Irving e LeBron. O armador foi para o intervalo já com 28 pontos, enquanto o ala havia marcado 22 após os dois primeiros períodos.
LeBron, aliás, terminaria com 31 pontos, 11 assistências e 10 rebotes, ultrapassando Magic Johnson como maior anotador de “triple-doubles” da história das finais, agora com nove. O cestinha, no entanto, foi Kyrie Irving, com 40 pontos. Kevin Love ainda contribuiu com 23.
O Cavaliers agora se vê na mesma situação em que esteve na temporada passada, perdendo por 3 a 1 e com duas partidas por disputar na casa do adversário se quiser ser campeão. Naquela ocasião, conseguiu a incrível virada e levantou o troféu. Agora, porém, teria que alcançar um feito ainda mais improvável e se tornar o primeiro time da história da NBA a virar uma série após estar perdendo por 3 a 0.
Ao Warriors, basta um triunfo para levantar o troféu mais uma vez, mas a equipe não poderá errar tanto quanto na última sexta. A exceção feita a Kevin Durant, mais uma vez destaque do time com 35 pontos, Stephen Curry (14 pontos e 10 assistências) e Klay Thompson (13 pontos) tiveram partidas decepcionantes.
Mesmo assim, o time de Oakland pode fechar a decisão da NBA e faturar o título na próxima segunda-feira, no Jogo 5, diante de sua torcida, às 22 horas. Em caso de derrota, no entanto, a série voltará para Cleveland com o Cavaliers podendo empatá-la na quinta-feira.