A prova dos 100 metros masculino, a mais nobre do atletismo, tem um novo campeão mundial. No primeiro Mundial desde 2003 sem a presença da lenda jamaicana Usain Bolt, coube ao norte-americano Christian Coleman, o número 1 do ranking na atualidade, confirmar o favoritismo e vencer a disputa neste sábado no estádio Khalifa, em Doha, no Catar. Na melhor marca da temporada de 2019 e a sexta de todos os tempos, o velocista dos Estados Unidos cravou 9s76.
A segunda colocação ficou com o compatriota Justin Gatlin, que defendia o título conquistado no Mundial de Londres-2017, com o tempo de 9s89. A medalha de bronze ficou para o canadense Andre De Grasse, outro dos favoritos ao título, com 9s90.
Foi o primeiro título mundial do norte-americano de 23 anos, que havia ficado com a prata há dois anos, quando foi superado justamente por Justin Gatlin, atualmente com 37. Nesta prova, a última de sua carreira, Usain Bolt conquistou o bronze – ao todo ainda ganhou três ouros (Berlim-2009, Moscou-2013 e Pequim-2015).
Além do inédito título de Christian Coleman, a final dos 100 metros marcou o final de uma era. Pela primeira vez desde 2005, a Jamaica ficou fora do pódio da prova. O representante do país caribenho mais bem colocado neste Mundial foi Yohan Blake, que terminou em quinto com 9s97, atrás ainda do sul-africano Akani Simbine, que fez 9s93.
Antes da inédita conquista em Doha, Christian Coleman dava mostras de seu favoritismo. Ele tinha um 9s79 conquistado em agosto deste ano como a melhor marca da carreira. E pouco antes, em julho, o norte-americano havia corrido os 100 metros em 9s81 em um meeting em Palo Alto, nos Estados Unidos.
Mas nada disso se compara com o que fez Bolt em um passado bem recente. O jamaicano quebrou o recorde mundial dos 100 metros três vezes ao longo da carreira (9s58, 9s63 e 9s69), encerrada após o Mundial de Londres-2017. Ele foi quem mais se distanciou do detentor anterior do recorde – o compatriota Asafa Powell com 9s77 – e é o segundo a manter-se por mais tempo no posto. O líder deste ranking é o norte-americano Jim Hines, recordista por 14 anos seguidos. Caso Bolt mantenha-se assim até 2023, superará mais esta marca.
O Brasil também esteve nos 100 metros em Doha, mas não na final. Quatro horas antes da corrida decisiva aconteceram as semifinais e nelas Paulo André não repetiu o bom desempenho das eliminatórias, realizadas no dia anterior, e com 10s14 ficou na 12.ª colocação, bem longe dos oito primeiro lugares que garantiram vaga e distante do objetivo de ser o primeiro velocista do País a correr abaixo de 10 segundos na história.