Coirmãos indiferentes ao rebaixamento coxa

O Paraná agora só tem dois clubes na elite do futebol brasileiro. A perda de representatividade com o rebaixamento do Coritiba, porém, não foi lamentada com intensidade pelos presidentes dos restantes.

O rubro-negro João Augusto Fleury da Rocha tentou mostrar indiferença com o drama do maior inimigo. Evitando citar o nome do Coritiba, Fleury disse que a queda não figura na expectativa de nenhum clube, mas faz parte do regulamento e deve ser obedecida. ?Na verdade, a rivalidade histórica com um dos rebaixados nos deixa inibidos em fazer quaisquer declarações. Isso poderia ser interpretado como escárnio ao adversário, o que não acontece de nossa parte?, disse Fleury.

O mandatário rubro-negro só usou uma pitada de ironia ao negar ajuda ao Alviverde, como o empréstimo de jogadores. ?Não vamos auxiliá-los da mesma forma que não iremos prejudicá-los. Eles são auto-suficientes, têm quase 100 anos e podem solucionar seus problemas através do talento de seus dirigentes?, alfinetou.

Fleury lembrou, de forma indireta, que a queda do adversário pode até trazer benefícios na captação de novos torcedores. ?Quem estiver fora da elite tem menos exposição na mídia e assim menos divulgação de sua marca?, falou, emendando em seguida que a política de marketing do Atlético independe da situação dos adversários.

Já o chefe do Paraná Clube, que declarou solidariedade ao coirmão durante a luta contra a queda, também evitou muitas condolências. Para José Carlos de Miranda, o rebaixamento coxa é um fato, de certa forma, natural. ?O futebol é um jogo, e no Brasil, muito nivelado. Há 10 rodadas o Fluminense era candidato ao título e o Coritiba não corria nenhum risco. Os três paranaenses vinham se safando, mas uma hora chegaria o rebaixamento, que não vejo como um grande demérito?, afirmou.

Miranda acredita que o futebol paranaense perde pela eventual redução do interesse dos torcedores alviverdes e a conseqüente queda de investimentos. Mas também vê um lado positivo para o Tricolor, afirmando que é mais fácil para uma empresa patrocinar apenas dois clubes, caso queira aplicar recursos somente na Série A.

O presidente paranista não quis avaliar a ausência coxa-branca como um trunfo na tentativa de ingresso no Clube dos 13. ?Se sai o Coritiba, volta o Grêmio, que tinha até mais representatividade. Não muda muito?, falou.

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