COI recebe medalha olímpica tirada de Lance Armstrong

A medalha de bronze conquistada por Lance Armstrong nos Jogos de Sydney, em 2000, foi devolvida ao Comitê Olímpico Internacional (COI). No último dia 12, o próprio ex-ciclista de 41 anos de idade informou que havia enviado o objeto ao Comitê Olímpico dos Estados Unidos. Porém, somente nesta quarta-feira a entidade mundial confirmou o recebimento do mesmo, repassado pelo organismo norte-americano.

O bronze olímpico de Armstrong foi cassado depois de o ex-atleta ter admitido, em janeiro, em uma bombástica entrevista para a tevê norte-americana, que fez uso de doping durante a sua vitoriosa carreira.

Após receber a medalha com meses de atraso, pois a mesma foi cassada já em janeiro, o COI disse nesta quarta-feira que o bronze olímpico foi entregue pelo Comitê Olímpico dos Estados Unidos e colocado em um local de armazenamento em sua sede, em Lausanne, na Suíça.

“Sim, nós estamos com a medalha. Ela está nos cofres”, disse Mark Adams, porta-voz do COI, que ainda pontuou que a devolução da medalha representa “o fim de um triste capítulo do esporte”.

O COI decidiu não repassar a medalha de Armstrong para o quarto colocado da prova contra-relógio do ciclismo da Olimpíada de Sydney, o espanhol Abraham Olano Manzano, assim como a União Ciclística Internacional (UCI) não declarou novos vencedores das sete edições da Volta da França conquistadas pelo norte-americano, cujos títulos da mais tradicional competição da modalidade, alcançados entre 1999 e 2005, também foram cassados.

 

Desta forma, o terceiro lugar da prova contra-relógio dos Jogos de Sydney ficou vago, enquanto a medalha ouro foi obtida pelo russo Vyacheslav Ekimov e a de prata pelo alemão Jan Ullrich.

 

Obrigado a devolver sua única medalha olímpica ao COI, Armstrong conviveu por anos com a suspeita de uso de doping por parte dele, mas nunca foi flagrado em nenhum exame antidoping e sempre negou o uso de substâncias proibidas. Entretanto, em janeiro resolveu confessar que fraudou o esporte durante a maior parte de sua carreira, justificando que essa prática era comum no ciclismo. Com a confissão, perdeu títulos, patrocinadores e o status de maior ciclista de todos os tempos.

A confissão ocorreu depois de a Agência Antidoping dos Estados Unidos publicar um extenso relatório em que apontava que o astro se dopou durante a sua carreira, declarando que ele foi o responsável pelo “mais sofisticado, profissional e bem-sucedido programa de doping já visto no esporte”.