O Comitê Olímpico Internacional (COI) recomendou a criação de centros médicos especializados em atender casos de atletas com características sexuais ambíguas. A entidade também anunciou que há a necessidade da existência de regras para decidir “caso por caso” a legitimidade dos esportistas quando houver o apontamento de dúvidas sobre o gênero dos mesmos.
O COI organizou uma reunião de dois dias com especialistas, em Miami, nos Estados Unidos, para analisar as regras para os casos de verificação de gênero. O tema ganhou grande atenção da mídia e do público no ano passado, quando a corredora sul-africana Caster Semenya foi submetida a testes para confirmar o seu gênero.
Horas antes da final dos 800 metros no Mundial de Berlim, na qual ela se sagrou campeã com a medalha de ouro em agosto de 2009, a Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf) ordenou a realização de exames por Semenya, diante das suspeitas surgidas por conta do seu corpo musculoso e da rápida evolução de seus tempos.
Semenya também realizou testes na África do Sul antes do Mundial de Atletismo. Em setembro de 2009, um jornal australiano afirmou que a sul-africana teria órgãos sexuais masculinos e femininos, mas a Iaaf se recusou a confirmar as acusações.
O diretor do comitê médico do COI, Arne Ljungqvist, afirmou que os especialistas procurados pela entidade estiveram de acordo com vários temas científicos para atender novos casos deste tipo no futuro.