O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, disse que é “difícil” aceitar que uma medalha de ouro conquistada por Jesse Owens nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, será leiloada e, possivelmente, acabará sendo comprada por um colecionador particular. A medalha, uma das quatro de ouro que Owens ganhou na Olimpíada de Berlim, à frente de Adolf Hitler, é “uma parte do patrimônio mundial”, afirmou o dirigente, nesta quarta-feira.
“(Tem) Uma importância muito além das conquistas esportivas de Jesse Owens, faz parte da história do mundo”, disse o presidente do COI, em uma entrevista durante uma conferência antidoping na África do Sul. “Colocar isso em um leilão é para mim uma decisão muito difícil (de aceitar)”.
O Comitê Olímpico Internacional não vai intervir na venda. A SCP Auctions disse que a medalha pode receber lances de mais de US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 2,3 milhões) quando o leilão for aberto, ainda neste mês.
De acordo com a casa de leilões, Owens deu a medalha para um amigo, a estrela de cinema Bill “Bojangles” Robinson por ajudar o atleta a encontrar trabalho na indústria do entretenimento depois que voltou da Alemanha. Ele está sendo vendido pelo espólio do falecida viúva de Robinson.
A SCP Auctions confirmou que a medalha é genuína. O paradeiro das outras três medalhas de ouro originais é desconhecido. Owens recebeu um conjunto de medalhas substitutas, que agora fazem parte de uma exposição na Universidade Estadual de Ohio, onde ele estudou.
Na Olimpíada de 1936, Owens ganhou o ouro nos 100 metros, 200 metros, revezamento 4×100 metros e salto em distância, em alguns dos principais momentos da história olímpica. Ele morreu em 1980.