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Cobrança de 5% sobre renda bruta no Paulistão gera arrecadação milionária à FPF

A taxação de 5% sobre a renda bruta de cada partida do Campeonato Paulista rendeu até os jogos de ida das quartas de final quase R$ 1,6 milhão para a Federação Paulista de Futebol (FPF). E não é só a cifra que faz a cobrança parecer ser um bom negócio para a entidade: além de lucrar, a FPF tem a confiança e o apoio de dirigentes de equipes do interior que disputam a Série A1.

Levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo com base nos boletins financeiros dos 107 jogos da competição realizados até agora mostra que, se a federação fosse um time de futebol, ele estaria em quarto lugar no ranking dos que mais lucraram com bilheteria na Série A1 desta temporada. A entidade ficaria atrás apenas de Palmeiras (que soma R$ 6 milhões em renda líquida), São Paulo (R$ 3,6 milhões) e Corinthians (R$ 3,1 milhões).

Sozinha, a Federação Paulista de Futebol lucrou mais que a soma das rendas líquidas de Mirassol, Ferroviária, Santo André, Ponte Preta, São Bernardo e Audax – a equipe de Campinas (SP) poderá reverter essa situação caso elimine o Santos no jogo de volta e siga na disputa em jogos da semifinal.

Com discursos alinhados aos da federação, para alguns dirigentes de times do interior, a cobrança não representa grandes prejuízos para eles e, por outro lado, o suporte da entidade aos times menores do Estadual melhorou nos últimos anos.

“Essa taxa está dentro da realidade, considerando toda a estrutura que a federação tem e nos oferece”, opinou o gerente administrativo do Novorizontino, Ronaldo Adriano Soares. A FPF tem se esforçado para fazer do Paulistão um torneio mais compensador para os clubes participantes. Reduziu nesta temporada os participantes, de 20 para 16, e tem ajudado as associações mais organizadas.

Para o presidente do Mirassol, Edson Antônio Ermenegildo, o investimento que a FPF faz nos clubes e nas outras competições que promove justifica a cobrança da taxa. “A federação tem de sobreviver de alguma maneira. Ela tem de ter essa participação na bilheteria porque é ela que promove o campeonato”, afirmou. Para o cartola, fazer a cobrança de 5% sobre a renda bruta de cada partida é uma forma justa de taxar as equipes na competição. “Quem arrecada mais, contribui mais”.

Sem criticar as regras, o presidente do Linense, José Hugo Gentil Moreira, pondera que qualquer redução de despesas e de taxas sobre os clubes seria bem-vinda, mas diz ter acompanhado uma melhora nos últimos anos em relação ao apoio da entidade aos times do interior de São Paulo. Para ele, uma forma de minimizar os eventuais prejuízos de clubes em relação à essa taxa seria cobrar uma cota maior dos representantes com mais recursos financeiros. “Os clubes que têm uma cota menor poderiam ter uma cobrança menor também. Seria muito mais justo”, sugeriu. Em 2016, a subvenção aos clubes, por parte da federação, foi de R$ 20,9 milhões.

PROJETOS SOCIAIS – Em nota, a Federação Paulista de Futebol explica que o porcentual de 5% sobre a renda bruta das partidas é aplicado no fomento do futebol regional, financiando a organização de competições que não geram receitas (como a Série A3, Copa Paulista e Segunda Divisão) e em ações da FPF, como projetos sociais, confecção de materiais de apoio em jogos e cursos de gestão para os clubes.

“Um dos maiores investimentos da entidade diz respeito ao incentivo para o aumento de público nos estádios do interior, por meio do Programa Futebol Sustentável, que permite a troca de garrafas PET por ingressos. O programa é 100% financiado pela federação”, informou a entidade. Nesta edição, o Paulistão tem chance de fazer boas bilheterias caso os grandes cheguem às semifinais e finais, em duelos de ida e volta.

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