As confederação brasileiras olímpicas vão receber R$ 101 milhões de repasse do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) no ano de 2014, referentes aos recursos das Lei Agnelo/Piva. O valor é 12% maior do que os R$ 90 milhões transferidos para as modalidades no ano vigente, acima da inflação prevista de 5,70% para o IPCA. Os números foram divulgados pelo COB nesta quinta-feira.
A Lei Agnelo/Piva destina 2% do prêmio pago aos apostadores de todas as loterias federais do país ao COB, que fica com 85% deste valor, e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), que recebe o restante.
O repasse deste dinheiro às confederações olímpicas não sofrerá praticamente nenhuma alteração de percentuais com relação ao que havia sido praticado em 2013. Assim, atletismo, desportos aquáticos, judô, vela e vôlei continuam recebendo o teto (agora R$ 3,9 milhões), seguidos de basquete, ginástica, handebol e hipismo, que seguem ganhando 200 mil reais a menos (R$ 3,7 milhões).
Em síntese, as modalidades que estão na casa dos 3 milhões ganharam um acréscimo de R$ 400 mil, as que estão na casa dos 2 milhões um acréscimo de R$ 300 mil e as que ganham na casa de R$ 1 milhão receberão R$ 200 mil a mais no ano.
As exceções são as confederações de desportos na neve e de desportos no gelo, que foram de R$ 1,5 milhão a R$ 1,6 milhão. Já esgrima, golfe, hóquei sobre grama, levantamento de peso, rúgbi, tae kwon do e tiro com arco, que antes estavam no mesmo patamar que os esportes de inverno em 2013, passaram para R$ 1,7 milhão em 2014.
O COB afirma que, para fazer a divisão, considerou, entre outros fatores, os resultados das modalidades nos últimos dois anos. Mas o tae kwon do, por exemplo, ganhou medalha no Mundial e segue no mesmo nível de investimento de modalidades que têm chance irrisória de subir ao pódio em 2016. Levantamento de peso e tiro com arco também tiveram atletas entre os 10 melhores do mundo em 2013.
ORÇAMENTO – O COB trabalha com uma estimativa de arrecadação de R$ 180 milhões em 2014, R$ 20 milhões a mais do que no ano passado. Dos recursos recebidos, o COB é obrigado por lei a investir 10% no esporte escolar (R$ 18 milhões estimados para 2014) e 5% no esporte universitário (R$ 9 milhões em 2014). Dos cerca de R$ 153 milhões restantes, R$ 77,1 milhões serão aplicados diretamente nos programas das 29 confederações olímpicas, exceto o futebol.
Além do valor que cada entidade receberá para a execução do planejamento mensal em 2014, as confederações irão dispor de R$ 23,9 milhões do Fundo Olímpico, um fundo de reserva formado pelo COB com o objetivo de atender aos projetos especiais apresentados pelas Confederações Brasileiras Olímpicas, desde que estejam alinhados ao planejamento estratégico de preparação para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
Confira os valores iniciais de cada Confederação em 2014:
Atletismo – 3,9 milhões
Badminton – 1,8 milhões
Basquete – 3,7 milhões
Boxe – 2,9 milhões
Canoagem – 2,9 milhões
Ciclismo – 2,9 milhões
Desportos Aquáticos – 3,9 milhões
Desportos na Neve – 1,6 milhões
Desportos no Gelo -1,6 milhões
Esgrima – 1,7 milhões
Ginástica – 3,7 milhões
Golfe – 1,7 milhões
Handebol – 3,7 milhões
Hipismo – 3,7 milhões
Hóquei sobre a Grama – 1,7 milhões
Judô – 3,9 milhões
Levantamento de Peso – 1,7 milhões
Lutas Associadas – 2,0 milhões
Pentatlo Moderno – 1,9 milhões
Remo – 2,5 milhões
Rúgbi – 1,7 milhões
Tae kwon do – 1,7 milhões
Tênis – 2,5 milhões
Tênis de Mesa – 2,9 milhões
Tiro com Arco – 1,7 milhões
Tiro Esportivo – 2,6 milhões
Triatlo – 2,8 milhões
Vela – 3,9 milhões
Vôlei – 3,9 milhões