COB recebe R$ 48 mi. E quer mais

Rio – O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) apresentou ontem a previsão de gastos para 2004 com todos os valores destinados pela Lei Agnelo/Piva. Algumas confederações tiveram seus percentuais mantidos enquanto outras sofreram acréscimo ou diminuição. O COB receberá R$ 48 milhões para administrar os esportes olímpicos no próximo ano. Desse total, cerca de R$ 24 milhões serão distribuídos entre todas as confederações.

“A Lei Agnelo/Piva é a mais importante da história. É a garantia para que as confederações possam participar dos eventos esportivos e se desenvolver”, afirmou o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.

Somente o futebol não recebe dinheiro do comitê. “Acho que eles não precisam. Já têm bastante”, prosseguiu o dirigente, referindo-se à Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

O presidente do COB reiterou que o valor destinado à entidade ainda não é suficiente para administrar os esportes olímpicos no Brasil. “Infelizmente, não. Temos que buscar patrocínios e espero contar com incentivos do governo”, afirmou Nuzman. Caso isso seja negado, a entidade terá que utilizar os R$ 12 milhões a que tem direito para seus gastos e, assim, pagar as despesas dos atletas no próximo ano.

“Teríamos que apertar o cinto para não estourar o orçamento.” O COB também precisa utilizar quase R$ 5 milhões para manutenção do comitê, pagar salários de funcionários, viagens, eventos, entre outros.

Nuzman explicou o motivo de alguns esportes terem permanecido com o percentual de 2003 enquanto outros aumentaram ou diminuíram. “Utilizamos diversos critérios. O principal é a participação nas Olimpíadas de Atenas”, disse. Modalidades como atletismo, basquete, natação e vela são os que recebem mais (cerca de R$ 2 milhões) e não foram alterados. Já beisebol, esgrima, hipismo e levantamento de peso tiveram seus percentuais diminuídos (ganham R$ 480 mil). E canoagem, ciclismo, handebol e judô sofreram acréscimos (contam com R$ 1 milhão).

“Gostaria de poder dar mais. Só que aí tenho que tirar de outra e assim por diante. Temos que contrabalançar”, prosseguiu o dirigente.

Como exemplo foi citado o basquete. O esporte foi campeão do Pan-Americano de Santo Domingo, mas não obteve a classificação para a olimpíada. “Não podemos punir uma geração que está surgindo.” Segundo Nuzman, não houve reclamações com relação aos valores distribuídos.

O dirigente também revelou a criação dos institutos olímpicos com a intenção de formar profissionais qualificados a trabalharem com esporte. “Queremos ajudar ex-atletas (vão atuar como professores) e formar jovens desportistas já na escola, assim como fazem outros países”, disse Nuzman. Para este trabalho, o COB vai destinar cerca de R$ 7 milhões. E ainda vai ajudar o Ministério dos Esportes na realização dos Jogos Estudantis.

Para Nuzman, o fato de o Brasil ser a sede do pan de 2007 é um grande incentivo para se investir no esporte. A criatividade dos presidentes das entidades de modalidades na neve e no gelo foi muito elogiada pelo dirigente. “Eles estão buscando atletas de verão para colaborar no desenvolvimento da área deles.”

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