As confederações de basquete, vela, natação, atle tismo e vôlei, com R$ 1,4 milhão cada, continuarão a receber, em 2003, os maiores percentuais do dinheiro da Lei Piva, rebatizada de Agnelo-Piva desde que Agnelo Queiroz, que atuou na elaboração do texto como deputado federal, assumiu o Ministério dos Esportes. Ontem, no Rio, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) prestou contas do uso dos recursos recebidos em 2002, após um ano de aplicação da lei, na presença do ministro e dos presidentes de confederações. Para este ano, numa “previsão conservadora”, segundo o presidente Carlos Arthur Nuzman, a verba será de R$ 35,7 milhões, dos quais R$ 21 milhões para as confederações.
A Lei Agnelo-Piva destina 2% dos prêmios das loterias do País aos comitês Olímpico (85%) e Paraolímpico (15%). Em 2002, o COB administrou R$ 43.173.626,85. Usou R$ 11.033.747,67 em seus programas, R$ 10.577.230,76 nos Jogos Sul-Americanos e R$ 19.099.601,69 nas modalidades. Das 29 confederações, só a de futebol abriu mão dos recursos.
O montante destinado ao esporte escolar, R$ 5.079.250,22 (10%) e universitário, R$ 2.539.625,11 (5%), está em uma conta poupança – o COB aguarda decisão do Tribunal de Contas da União sobre seu uso. Por ter prestado contas, “fato inédito na história do esporte no Brasil”, o COB foi elogiado por Queiroz. Nuzman garantiu que o TCU tem acesso aos documentos referentes à aplicação da lei. “O COB não tem fiscal para controlar as confederações, mas está cercado da documentação necessária para dar transparência ao processo.”
Nuzman destacou que o mais importante foi a reorganização do esporte olímpico brasileiro. “O difícil foi avançar, sair da estagnação, da falta de perspectiva.” Apontou confederações que não tiveram como usar a verba por não contar com atletas e técnicos, como o levantamento do peso – de R$ 450 mil, usou R$ 226 mil.
A Confederação Brasileira de Basquete, sem patrocínio, foi a que mais usou recursos em 2002: R$ 1,799 milhão. “Foi com o que tocamos a modalidade”, disse o presidente Gerasime Grego Bozikis. A vela (R$ 1,606 milhão), a natação (R$ 1,525 milhão), o atletismo (R$ 1,386 milhão) e o vôlei (R$ 1,139 milhão) tiveram as verbas mais expressivas. O vôlei, patrocinado pelo Banco do Brasil, utilizou 95% da verba no item preparação técnica, para pagar salários dos integrantes das comissões técnicas de seis seleções.