COB anuncia percentuais dos recursos da nova lei

Rio (AG) – Sem sequer ter convocado a imprensa para uma entrevista coletiva, como seria de praxe numa ocasião como esta, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) anunciou os percentuais a que cada confederação olímpica terá direito em 2005, com base nos recursos da Lei Agnelo/Piva. Para 2005, a previsão mais conservadora é de que o COB tenha R$ 54 milhões.

Esta lei garante 2% da arrecadação bruta das loterias federais para o COB, que os repassa às confederações. O COB divulgou os percentuais na sexta-feira, em reunião com os presidentes de confederações, após o encontro em que o Comitê Organizador dos Jogos Pan-Americanos de 2007 divulgou os pictogramas (símbolos dos esportes) dos Jogos Pan-Americanos de 2007, a serem realizados no Rio.

Das 28 confederações brasileiras, 19 tiveram mantidos os percentuais estabelecidos em outubro do ano passado. Oito outras confederações, porém, terão seus percentuais elevados em 2005: beisebol e softbol, desportos na neve, desportos no gelo, ginástica, hipismo, levantamento de peso, taekwondo e tiro com arco (antigo arco e flecha).

De acordo com a assessoria de imprensa do COB, ginástica, hipismo e taekwondo foram aumentadas por causa de seus resultados recentes. Beisebol e tiro com arco foram compensados, pois haviam sofrido uma redução em seus percentuais. Os desportos na neve e no gelo vão ganhar mais pela aproximação das Olimpíadas de Inverno em 2006.

Já a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) não receberá recursos. Está suspensa pelo Tribunal de Contas da União (TCU), devido às denúncias de irregularidades. Se essa suspensão for revogada, o COB poderá voltar a liberar os recursos, mas sem direito aos meses anteriores em que não houve o repasse.

Neste último trimestre, as confederações vão receber uma complementação financeira. No final do ano passado, a previsão era de que o COB receberia R$ 40,8 milhões. Mas como recebeu R$ 45,9 milhões, a diferença de R$ 4,1 milhões será dividida entre as confederações a partir da próxima semana. Dos R$ 45,9 milhões, as confederações receberão R$ 27,5 milhões, o COB ficará com R$ 13,7 milhões, e o Fundo de Reserva com R$ 4,5 milhões. Em outubro de 2005, caso o COB tenha recebido mais do que os R$ 54 milhões previstos agora, a diferença também será redividida.

Depois de descontados os percentuais destinados ao esporte escolar e ao esporte universitário, o restante (R$ 45,9 milhões) será aplicado pelo COB na gestão e projetos da entidade, nos programas apresentados pelas confederações, no Fundo para os Jogos Pan-Americanos de 2007 (a ser criado). Outra novidade será a criação de um projeto financeiro e administrativo do comitê para auxiliar as confederações. Ao todo, as confederações vão ter, em 2005, um aumento de 60% para 61,5% do Fundo Olímpico.

Para o ano de 2005, o COB reduzirá o fundo de reserva de 10% para 2,5%. “O objetivo é que as confederações tenham mais recursos para a preparação das equipes com vistas aos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. Por outro lado, teremos menos recursos para os auxílios esporádicos”, explicou o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.

Também para o ano que vem, o COB criou o Fundo Pan-Americano de 2007, que terá 2,5% (R$ 1,1 milhão). O comitê vai contratar auditorias para auxiliar as diversas confederações na elaboração de projetos e de documentos e também na prestação de contas.

“A regulamentação da Lei Agnelo/Piva passou a exigir um procedimento complexo que praticamente exige a contratação de um serviço profissional para a gestão desses recursos. O COB já contava com uma estrutura profissional para este fim, e consideramos importante que as confederações sigam essa mesma linha”, afirmou o presidente Carlos Arthur Nuzman.

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