Agora é fato. O campeonato brasileiro de 2003 terá mesmo duração de oito meses, conforme propôs a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em reunião realizada ontem à tarde na Gávea, a Globo Esportes anunciou à comissão especial do Clube dos 13 que adquiriu o direito de transmissão dos estaduais – que será disputado em 12 datas – e do Brasileirão, que será disputado de 23 de março a 16 de dezembro. Os clubes que estão na primeira divisão receberão cotas mensais pelas duas competições. O único ponto de discordância recaiu sobre a questão da extinção dos torneios regionais. Juvenal Juvêncio, dirigente do São Paulo, adiantou que o assunto ainda terá que ser debatido mais profundamente.
Além do brasileiro e dos estaduais, fazem parte do novo calendário a Copa do Brasil, a Copa Panamericana e a Copa Libertadores. A Copa do Brasil terá os valores das cotas discutidos posteriormente e vai acontecer entre fevereiro e maio. A Libertadores acontece de março a junho e envolverá os três primeiros colocados no Brasileirão e o campeão da Copa do Brasil. Fechando o calendário, será disputada a Copa Panamericana, uma espécie de Mercosul, que a Conmebol deve confirmar para agosto. O Brasil terá direito a seis representantes: o vice da Copa do Brasil e os times colocados entre 4.º e 8.º lugar no Brasileirão.
Pelo acerto, os clubes que disputam a primeira divisão receberão cotas mensais, de valores definidos por classes (ver quadro). Atlético Paranaense e Coritiba ficam na Classe C e terão direito a receber R$ 666 mil por mês. A classe do Paraná Clube, formada por times que não fazem parte do Clube dos 13, ainda não teve os valores das cotas definidos. As demais equipes que disputarão os estaduais terão seus valores de cotas negociados diretamente com as federações estaduais.
Regionais
Inicialmente reticente à extinção da Copa Sul-Minas, o presidente do Atlético Paranaense, Mário Celso Petraglia, membro da comissão do Clube dos 13, afirmou que gostou do que foi exposto pela Globo Esportes. “É bem verdade que ainda haverá debates a respeito das cotas, mas o calendário ficou interessante. Vamos ter 25 jogos do Brasileirão em casa, contra todos os adversários. Isso é garantia de confrontos interessantes e lucrativos”, disse. Como o estadual vai absorver apenas doze datas, a proposta ficou razoável, segundo o dirigente. “Ainda vamos debater a questão do regional com o pessoal da Liga. Mas saio da reunião otimista”, disse à Tribuna.
Amanhã Petraglia volta ao Rio de Janeiro, onde acontece nova reunião, desta feita com os afiliados do Clube dos 13. No encontro, ficará definido se o Clube dos 13 entra ou não em acordo com a CBF. “Vamos levar a proposta aos companheiros e debatê-la”.