Clubes questionam anulação dos jogos

Arquivo/Tribuna
Fábio Koff diz que Clube
dos 13 não vai intervir no caso.

São Paulo – Nem todos os clubes aceitaram com resignação a decisão de Luiz Zveiter, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), de anular 11 jogos sob suspeita de manipulação de resultados pelo ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho. Um bloco de equipes descontentes com a determinação de terem de entrar em campo novamente reúne-se na manhã de hoje, em São Paulo, para estudar medidas para derrubar essa ordem. O Internacional é um dos mais empenhados em provocar discussão complementar em torno do assunto.

O movimento do clube gaúcho começou ainda no fim de semana, tão logo Zveiter anunciou que as partidas contaminadas seriam jogadas outra vez. Fernando Carvalho, presidente do Inter, imediatamente se pôs em contato com colegas de clubes que se sentiram prejudicados.

?Não podemos simplesmente aceitar uma decisão sumária tomada por uma pessoa?, afirmou o dirigente do Inter. ?O STJD disse que cada jogo seria analisado individualmente e não ocorreu.?

Carvalho convidou todos os envolvidos nos jogos anulados, mas até o momento Santos, São Paulo, Fluminense, Botafogo, Ponte Preta, Figueirense e Cruzeiro confirmaram presença. Brasiliense, Corinthians, Juventude, Vasco, Paysandu e Coritiba, em princípio, não vão ao encontro, sob diversas alegações: ou porque consideraram justa a posição de Zveiter ou porque preferem não provocar mais polêmica.

O Inter também enviou o advogado Daniel Cravo ao Rio para conferir o andamento do processo. Sem muito sucesso, porque não pôde ter acesso aos autos, sob o argumento de que os clubes não são partes interessadas.

?Como um time que perde três pontos na tabela não é parte interessada??, questionou Cravo. O Inter deixou de ter computados os pontos da vitória por 3 a 2 sobre o Coritiba.

O Colorado defende a tese de que, se as partidas tiverem mesmo de ser refeitas, o ideal seria antecipá-las em relação à tabela normal. ?Para que ninguém fique com poupança mais adiante?, alega Carvalho. Outra possibilidade é a de ser pedido o cancelamento da anulação já que a decisão de Zveiter não seria definitiva.

Consenso, de qualquer forma, será difícil, tanto que o Clube dos 13 prefere não intervir. ?Defendemos os interesses de todos os filiados?, alega Fabio Koff, presidente da agremiação. ?E não haverá unanimidade?, completa. O Clube dos 13 não admite abertamente, mas há temor de que algum associado recorra à Justiça comum no fim do ano, sobretudo se se sentir prejudicado no rebaixamento.

O Flamengo já insinuou essa hipótese. ?Vem confusão grande por aí?, disse Márcio Braga, no domingo. Ontem, o técnico Andrade foi mais explícito e disse que ninguém deve cair para a Série B. ?O campeonato perdeu a credibilidade?, alega. ?Não se sabe se há mais coisas atrás disso. Será que só o Edílson estava metido nessa confusão toda??

Os clubes levantam mais dificuldades para a realização dos 11 jogos. Marcelo Penha, advogado do Fluminense, esteve na CBF para saber quem arcará com as despesas. ?Gastaremos R$ 80 mil para jogarmos de novo em Caxias do Sul e R$ 60 mil para receber o Brasiliense, em Volta Redonda?, ponderou. ?Quem pagará por isso??

Pergunta idêntica foi feita por Marcelo Teixeira, do Santos, que repetirá o clássico com o Corinthians, na Vila Belmiro. Segundo seus cálculos, serão necessários

R$ 76 mil adicionais. O Santos, além disso, alega problemas de segurança, porque haverá portões abertos e diz que não pode jogar no dia 12 porque o estádio será cedido para evento da prefeitura local. E não quer atuar fora de seu campo.

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