A proposta do novo calendário do futebol brasileiro, idealizado pela Confederação Brasileira de Futebol, que prevê um Brasileirão de oito meses e a volta dos estaduais mais extensos, pode esbarrar na discordância dos membros da Liga Sul-Minas. Em uma reunião realizada ontem à tarde, em Curitiba, os representantes dos clubes envolvidos na competição – apenas o Atlético Mineiro e o América Mineiro estavam ausentes – entraram em consenso e garantem que não abrem mão da disputa da Copa Sul-Minas.
Segundo o presidente do Atlético Paranaense, Mário Celso Petraglia, a intenção é exigir o cumprimento do contrato com o patrocinador, que vai até 2004. “Não vamos abrir mão do que foi acordado. Para nós é muito mais interessante disputar o regional do que um estadual”, diz. Segundo Petraglia, o que foi debatido ontem no encontro da liga será apresentado em uma reunião do Clube dos 13, em São Paulo. “Vamos apresentar o nosso posicionamento e tomar conhecimento do que está sendo conversado nas outras ligas”.
O representante do Coritiba na reunião, Homero Halila, explicou que o sucesso experimentado no regional dificilmente fará com que a opinião dos dirigentes da liga mude. “Dos regionais, a Sul-Minas foi o torneio de maior sucesso, com boas médias de público e jogos movimentados, com muitos gols. Não tem porque mexer em time que está ganhando”.
Quanto à proposta do Brasileirão em turno e returno, o dirigente é enfático. “Tudo vai depender do que for proposto. Não abrimos mão do regional, mas a disputa de um campeonato nacional mais extenso não está fora de cogitação. Tudo vai depender do retorno financeiro”. Como neste ano o acordo com a televisão foi complicado, haja vista o difícil acerto das cotas de televisão, que foram sensivelmente reduzidas, Halila acha complicado que o patrocinador viabilize um Brasileirão de oito meses. “Não podemos nos antecipar. Mas os investimentos no futebol estão sendo reduzidos e se o patrocinador não considerar a disputa em oito meses comercialmente interessante, não aceitaremos sofrer reflexos financeiros”, concluiu. O presidente do Paraná Clube, Ênio Ribeiro de Almeida, também esteve presente na reunião, mas não foi localizado para prestar declarações sobre o assunto.