Sem conseguir negociar a transmissão do Campeonato Paranaense, os clubes do Estado decidiram retaliar as emissoras de televisão. Ontem, em reunião na sede da Federação Paranaense de Futebol (FPF), uma comissão formada por seis equipes decidiu limitar a exibição das imagens do torneio.
Os clubes não vão mais liberar as cabines para as TVs, que normalmente gravam as imagens e depois exibem os melhores momentos em seus programas esportivos. Quem quiser filmar terá que se contentar com o pobre ângulo da beira do gramado.
Outra medida é limitar a exibição a 3% da totalidade das partidas – ou seja, 2 minutos e 42 segundos. As emissoras poderão gravar todo o jogo, mas este é o tempo máximo que pode ser levado ao ar após a edição das imagens.
Os clubes evocaram um dispositivo da Lei Pelé para justificar a medida, que na verdade reflete um descontentamento com a falta de interesse das TVs locais. Todos os demais estaduais de expressão – Paulista, Carioca, Gaúcho, Mineiro e Catarinense – são transmitidos por canais abertos ou fechados. ?As TVs levam partidas do Paulista e do Carioca em cima das nossas, o que prejudica principalmente as equipes do interior. É uma afronta ao futebol paranaense?, justificou o presidente do Paraná Clube, José Carlos de Miranda, que assinou a resolução em conjunto com representantes de Atlético, Coritiba, J. Malucelli, Rio Branco, Iraty e da FPF. A medida foi sugerida pelo Rio Branco, equipe com histórico de rebelião contra as verbas propostas pela TV.
Apesar da resolução, os clubes ainda se dizem dispostos a vender os direitos de transmissão do torneio a alguma emissora. A última que mostrou interesse foi a RIC, afiliada à Record, mas as negociações não evoluíram.