Clubes do interior adaptam modelo de sócio-torcedor

Para fidelizar público e garantir receita antecipada, os clubes paranaenses que não têm calendário anual garantido estão adaptando o sistema de sócios-torcedores existente em clubes como Atlético, Coritiba e Paraná. O processo será feito a partir das vendas de kits, passaportes ou cadeiras cativas subsidiadas, colocadas em prática no Campeonato Paranaense 2012. Arapongas, Roma Apucarana, Corinthians Paranaense, Toledo e Operário já divulgaram suas alternativas. Cianorte e Londrina pretendem anunciar ações nos próximos dias.

Um fator comum apresentado pelos clubes, para ainda não terem lançado o sistema de sócios-torcedores em seu formato tradicional, está na incerteza relacionada ao calendário após o Estadual. “Não temos nenhum time na Série C (do Campeonato Brasileiro) e na Série D todo ano oscila [quem participa]”, analisa diretor de futebol do Arapongas, Sidiclei Menezes.

No ano passado, fora o Trio de Ferro, apenas Cianorte e Operário de Ponta Grossa tiveram futebol o ano inteiro, com a disputa da Série D. O Fantasma chegou a esbarrar na campanha de 2011 para poder colocar em prática um programa de sócio-torcedor no ano de seu centenário. “Dependemos da [garantia de] um calendário cheio. Se tivéssemos subido para a Série C, daria certo”, conta o presidente do clube, Carlos Roberto Iurk.

Apesar do cenário atual, ninguém, entre os demais clubes do futebol paranaense, descarta o sonho de um dia ter sócios-torcedores. “O caminho é esse. Tem tudo pra acontecer”, avalia o diretor de futebol do Cianorte, Adir Kist, que, ainda assim, também frisa: “A gente quer ter futebol o ano inteiro, mas ainda não pode vender o ano inteiro. Não é fácil”, completa o dirigente do Leão do Vale, clube que foi 14.º colocado na Série D do Brasileiro 2011.

Sem garantia de jogos o ano todo em torneios nacionais, e com a extinção da Copa Paraná, a única solução seria implantar atividades paliativas. “Se não tiver competição, você precisa trazer shows e entretenimentos. Mas o torcedor não vai pagar o ano inteiro por quatro ou cinco meses de futebol. O que leva o torcedor a pagar o carnê [de mensalidades] é ter um calendário nacional”, opina Sidiclei Menezes.

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