Os clubes que disputam o Paranaense se reunirão amanhã para tentar salvar o campeonato. Um desentendimento quanto ao regulamento ameaça a realização da 2.ª fase do estadual. O Atlético foi à Justiça Desportiva para fazer valer sua posição, numa ação que pode paralisar o torneio.
O motivo da discórdia é o Artigo 9.º do regulamento. Ele determina que a equipe melhor classificada na fase inicial terá o mando de campo nos jogos da 2.ª fase. Com base no texto, o Atlético, que lidera o campeonato com sete pontos a mais que o vice-líder, entende que quem terminar a 1.ª fase na frente tem o direito de jogar as sete partidas da 2.ª fase em casa. Posição que é contestada pelos demais clubes e pela Federação Paranaense de Futebol (FPF).
A FPF sustenta que a redação do artigo 9.º foi equivocada e não reflete o acordado pelos clubes em arbitral. Na visão da entidade, os quatro primeiros terão direito a quatro mandos na 2.ª fase, enquanto os demais classificados ficariam com três.
Com esse entendimento, a FPF divulgou a tabela dos jogos da 2.ª fase, criando ainda mais discórdia. O Atlético não gostou nada de alguns pontos. Principalmente a rodada que marca o confronto entre os dois melhores da 1.ª fase na casa do segundo colocado.
Para tentar apagar o incêndio, Joel Malucelli, presidente da Futpar, entidade que representa clubes profissionais do Estado, convocou uma reunião para amanhã.
“O Campeonato Paranaense está sentado sobre uma bomba atômica. Queremos chegar a um acordo, para que o bom senso prevaleça”, afirma.
Na opinião de Joel, é inviável realizar a 2.ª fase nos moldes pretendidos pelo Atlético.
“Se a interpretação literal do artigo 9.º prevalecer, pode acarretar que alguns clubes se neguem a participar e o campeonato acabe implodindo”, alerta.
Difícil
As perspectivas de um acordo são pequenas. Joel convidou a FPF, que não mandará representante à reunião.
“Enviamos ao STJD toda a documentação, inclusive declarações de clubes que confirmam que o artigo 9.º não reflete o combinado no arbitral. Nossa parte já fizemos”, diz o presidente Hélio Cury.
O Coritiba, que recentemente rompeu com a Futpar, também seria convidado, mas não demonstra entusiasmo. “Nosso clube não faz mais parte da Futpar. Não recebemos nenhum convite. Se ele chegar, avaliaremos. O assunto está sub judice. O Tribunal decidirá”, ressalta o presidente Jair Cirino dos Santos, que compartilha a opinião da FPF.