Dois dias depois da bonita festa que encerrou o Brasileirão-2002, os 24 clubes que disputarão a Primeira Divisão ano que vem se reúnem hoje, na sede da CBF, para decidir o regulamento da edição de 2003. Dois temas, em especial, prometem gerar muita discussão entre os dirigentes: a fórmula de disputa e o número de vagas de acesso e descenso.
Os clubes estão divididos entre os que desejam um brasileiro em turno e returno com pontos corridos e os que defendem a manutenção da fórmula atual, com mata-mata a partir das quartas-de-final ou semifinais. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, defende a primeira hipótese mas não estará hoje na reunião para defendê-la, uma vez que viajou para Madri. Boa parte dos clubes, entre eles São Paulo, Grêmio e Atlético-MG, apóia a mesma proposta.
Se as eliminatórias sul-americanas da Copa de 2006 começarem mesmo em 2003, o sistema de pontos corridos seria o único que permitiria conciliar as datas do brasileiro com as dos jogos da seleção brasileira.
O grupo que defende o mata-mata é liderado pelo presidente do Vasco, Eurico Miranda, e conta também com o Bahia. Estes argumentam que os jogos eliminatórios são mais lucrativos e atraentes para o torcedor. A Rede Globo, que tem os direitos de transmissão do brasileiro, é favorável também ao sistema de mata-mata.
Os dirigentes discutirão ainda o aumento do número de clubes que subirão da Segunda para a Primeira Divisão no ano que vem. Hoje, são apenas dois e a idéia é aumentar para quatro. A mudança beneficiaria os grandes Palmeiras e Botafogo, rebaixados este ano. Dirigentes dos dois clubes não poderão participar da reunião. É pouco provável que haja uma virada de mesa que permita a volta de Palmeiras e Botafogo à Série A já em 2003.
“Espero que na fórmula adotada subam quatro e caiam quatro para a Segunda e Terceira Divisões”, afirmou o presidente eleito do Botafogo, Bebeto de Freitas, que já se pôs contra a virada de mesa. Participarão ainda da discussão representantes das federações.