Após o basquete e o futsal, o polo aquático também quer criar uma liga com gestão independente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). A Polo Aquático Brasil (PAB) já tem diretoria formada, estatuto, e aguarda apenas as burocracias necessárias para ser formalmente registrada. O primeiro torneio também já está marcado: o Brasil Open, de 21 a 26 de junho, na piscina do Clube Internacional, em Santos (SP).

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Dirigente de esportes olímpicos do Fluminense, George Sanches será o presidente da CPB. Assim como na Primeira Liga, do futebol. Fla e Flu estão juntos nessa. Tanto que um dos idealizadores do movimento de clubes do polo aquático é Marcelo Vido, diretor executivo do Flamengo e diretor financeiro da Liga Nacional de Basquete (LNB).

“A gente está seguindo a formatação da Liga de Basquete, pegando alguns ensinamentos que o basquete já ensinou”, conta Sanches. A ideia é que a CBDA continue responsável por fazer o registro dos atletas, por exemplo, mas que a PAB organize seu calendário de competições. Uma reunião deve ser realizada até o fim do mês. “A gente quer o reconhecimento da CBDA. Espero que ela fique conosco”, diz o presidente da liga. No fim de 2014, o futsal fez o mesmo movimento, criando a Liga Nacional de Futsal (LNF), que tem apoio da Confederação Brasileira de Futsal (CBFS)

No polo aquático, o descontentamento dos clubes foi crescendo paralelamente à evolução do trabalho do técnico Radko Rudic no comando da seleção brasileira masculina. Ele exigiu que todos os jogadores da equipe olímpica se transferissem para clubes europeus e isso esvaziou completamente o calendário nacional, afastando possíveis patrocinadores. A Liga Nacional, que durou três meses em 2014, aconteceu em duas semanas em 2015.

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Desde então, dez clubes vêm boicotado os torneios oficiais da CBDA. São exatamente esses clubes que formaram a PAB: os cariocas Flamengo, Fluminense e Tijuca Tênis Clube, e os paulistas A Hebraica, SESI-SP, Paulistano, Pinheiros, Paineiras do Morumby, Internacional de Santos e Jundiaiense.

Botafogo e ABDA, de Bauru (SP), foram os únicos a furar o boicote, inscrevendo-se no Troféu Brasil, realizado em abril, exatamente na piscina do Botafogo. O clube carioca tem a base titular da seleção brasileira, que migrou do Fluminense. “O Botafogo nunca se apresentou. Apareceu agora solicitando incorporação dele à Liga”, conta Sanches, que não demonstra muito interesse em aceitar o rival alvinegro.

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Como todos os jogadores convocáveis para os Jogos Olímpicos do Rio atuam em clubes estrangeiros, esse imbróglio não deverá afetar a preparação olímpica. A seleção, inclusive, está no Japão, disputando a fase intercontinental da Liga Mundial.