Clubes da Série A trazem atletas de países vizinhos, mais baratos que brasileiros

Se os chineses resolveram centralizar as suas contratações no Brasil, os dirigentes brasileiros também têm investido em atletas de fora para reforçar os seus elencos neste início de temporada. E passaram a apostar em atletas sul-americanos. Desde o fim do Campeonato Brasileiro do ano passado, os clubes da Série A já contrataram 17 jogadores estrangeiros, incluindo transações dentro do mercado nacional como o lateral-esquerdo chileno Mena, que trocou o Cruzeiro pelo São Paulo.

Somando os atletas que já estavam no País desde o ano passado, os 20 times da elite do Nacional têm 42 jogadores estrangeiros em seus elencos. Somente América-MG, Fluminense, Ponte Preta, Santa Cruz e Vitória não contam com nenhum atleta de fora do País.

A maior legião é a argentina, com 16 atletas. Os colombianos vêm atrás com sete. Nas próximas semanas, o número de atletas sul-americanos nos clubes deve aumentar. O Corinthians, que já conta com os paraguaios Romero e Gustavo Vieira e o colombiano Mendoza, negocia com o meia argentino Sebastián Blanco, do San Lorenzo.

Apesar de os valores da transação não terem sido divulgados, a contratação do jogador é considerada pela diretoria uma alternativa mais barata para repor as saídas de Renato Augusto e Jadson. Os dirigentes têm reclamado que o mercado interno está inflacionado e que os adversários costumam aumentar a pedida quando negociam com o Corinthians.

“Muitos clubes acham que o Corinthians está economicamente saudável e aparecem com valores muito difíceis. Para qualquer jogador médio já falam valores de atletas de ponta. Não podemos fazer nenhum tipo de loucura”, disse o gerente de futebol Edu Gaspar.

No São Paulo, o aspecto econômico também pesou na hora de contratar o zagueiro uruguaio Lugano. Bastou igualar o salário que o zagueiro recebia no Cerro Porteño para conseguir que ele rescindisse o seu contrato com o clube paraguaio. O valor de R$ 280 mil era alto para o time paraguaio e “aceitável” ao clube do Morumbi. Se confirmar a contratação do argentino Calleri, ex-Boca Juniors, o time terá cinco jogadores de fora do país, além do técnico Edgardo Bauza.

De volta à Série A do Brasileiro, o Botafogo já contratou três estrangeiros: Gervásio Núñez, Joel Carli (ambos argentinos) e Damián Lizio (Bolívia). E a busca por mais jogadores no continente continua. “O que o Botafogo tem de ter é criatividade porque grana o clube não tem. Às vezes temos um bom nome, mas ele foge por causa do valor alto. Precisamos de um bom nome e não vai ser do Brasil”, avisou o técnico Ricardo Gomes.

Já o Flamengo contratou o argentino Mancuello, do Independiente, e pagou US$ 3 milhões (cerca de R$ 12,5 milhões) por 90% dos direitos econômicos do jogador. O valor não foi considerado alto pelo clube rubro-negro porque, segundo o diretor de futebol Rodrigo Caetano, os clubes brasileiros, quando têm um bom jogador no elenco, “não cedem ou dificultam a negociação”.

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