Os clubes que participarem do Campeonato Brasileiro da Série B estarão amparados por uma entidade criada especificamente para defender seus interesses. É a Futebol Brasil Associados, que deve ter seu estatuto aprovado em novembro e já abrir suas portas, em São Paulo, no mês seguinte.
O objetivo da nova entidade é, justamente, defender os interesses técnicos e financeiros dos clubes que disputam a segunda divisão nacional. “É uma questão de identidade. O Clube dos 13 defende os interesses dos grandes clubes e nós como ficamos?”, indaga Peter Silva, presidente do Londrina e um dos idealizadores do novo órgão.
Após várias reuniões com dirigentes da CBF, do Clube dos 13 e vários profissionais ligados ao marketing esportivo, a Comissão da Série B definiu os princípios básicos do Futebol Brasil Associados. Este órgão terá um presidente eleito por seus membros, cinco vice-presidentes, Conselhos Deliberativo e Fiscal e uma diretoria executiva que, em princípio, não terá nenhum tipo de remuneração. “Estes homens terão a responsabilidade de defender os clubes em todos os níveis. Na verdade, hoje em dia a gente está desamparado”, confirma o presidente do União São João de Araras José Mário Pavan. Ele também faz parte da atual comissão que chegou à conclusão da necessidade de se criar uma entidade representativa.
Atualmente a Série B é composta por 26 clubes, mas seis deles serão rebaixados e apenas dois subirão da Série C. Desta forma, a competição em 2003 deverá ter 24 participantes, incluindo os dois times que serão rebaixados da Série A. A expectativa é de que entre estes novos rebaixados, estejam dois grandes clubes o que poderia fortalecer a divisão. O Palmeiras, com mais de 80% de chances de cair, é um deles.
Mesmo sem estar oficializada, a nova entidade já cuida da organização do campeonato da próxima temporada. Alguns contatos já foram feitos com emissoras de televisão que poderiam mostrar os jogos. “A presença da televisão é fundamental para a divulgação dos clubes e de seus parceiros comerciais”, justifica Peter Silva. Ele também confirmou que a opção de deixar em São Paulo a sede da entidade foi simplesmente técnica. “São Paulo é o centro comercial do Brasil e deixar a entidade no Rio poderia deixar uma imagem vinculada à CBF, o que não seria interessante”, concluiu Peter.