Há duas semanas ninguém sequer cogitava o atacante Cléo entre os titulares do Atlético. Diante das dificuldades em acompanhar os treinamentos do Furacão, era possível saber que ele treinou em algumas das variações táticas testadas, mas sem se destacar a ponto de se tornar um potencial titular. Contra o Atlético Mineiro o camisa 9 foi a grande surpresa do treinador Doriva e desde aquele jogo assumiu uma titularidade surpreendente, mas que tem se tornado uma das grandes certezas do time atleticano.
O bom desempenho contra o Botafogo validou a permanência de Cléo entre os titulares, mantendo Douglas Coutinho – vice artilheiro do Brasileirão – no banco de reservas. “Minha preferência é pelo Douglas Coutinho, mas contra o Botafogo o Cléo foi muito bem”, afirmou o comentarista Guilherme de Paula durante o programa 98 na Rede.
Para o empresário Fábio Baitler, representante de Cléo, só se surpreende com o desempenho do atacante quem não acompanhava seu futebol. “A gente nunca teve dúvida com respeito ao potencial que o Cléo tem. Apesar de ter ficado a maior parte da carreira fora do Brasil, ele tinha a experiência necessária para assumir essa função”, contou. Embora fossem previstas as dificuldades do período de adaptação, o jogador conseguiu, em pouco tempo, ganhar a confiança do Doriva. “Ele ficou dez anos jogando fora, é experiente, jogou Champions League e sempre foi artilheiro onde passou. Tínhamos certeza de quando tivesse adaptado, ele ajudaria o Atlético, como está fazendo agora”, acrescentou.
Desde o seu retorno ao Atlético, Cléo esteve em campo cinco vezes, sendo que em duas partidas foi titular (marcou gols contra o São Paulo e o Botafogo). A disputa pela posição é acirrada. “O Atlético é bem servido de jogadores do ataque. Tem jogadores muito bons. Mas ele esperou a chance dele, se preparou, se condicionou e quando teve suas chances ele aproveitou”, comentou Baitler. Bem adaptado ao clube (readaptado, na verdade, afinal jogou no Furacão entre 2005 e 2006), o apoio da família tem sido determinante para a boa fase de Cléo. “Ele tá feliz, a família está feliz. Tudo isso ajuda para a boa fase”.
O empresário se incomoda quando a qualidade técnica de Cléo é questionada, afinal sua principal função é fazer gols e não dar espetáculo. “É a especialidade dele. Sempre teve o perfil de goleador. Discordo quando dizem que não é técnico. O gol contra o São Paulo, a maneira com que ele tem jogado, prova isso”, concluiu. O jogador, segundo seu empresário, ainda tem muito mais a oferecer – e ele tem mais de um ano para mostrar, pois seu contrato termina em dezembro de 2015.