Nilson Borges, Sicupira, Oséas, Tuta, Alex Mineiro, Kléber, Washington. A lista de artilheiros é enorme. Cada rede balançada, cada lance espetacular, cada conquista obtida muitas vezes graças à genialidade desses goleadores leva o torcedor a se perder em pensamentos e lembranças de um tempo em que o “9” era o número preferido para estampar as costas de uma camisa (licença poética minha, já que o Sicupa era o “craque da 8” e o Kléber, por exemplo, fez história com a 11). Hoje, quem tem essa incumbência é Cléo.
Longe de ser considerado ídolo da torcida, Cléo carrega a responsabilidade de ser o goleador da equipe. Com sete gols até aqui no Brasileiro, é nas costas dele que pesa essa responsabilidade. Integrante da “espinha dorsal” de Claudinei Oliveira, o jogador comemora o bom momento e garante que ele é apenas um reflexo do ótimo clima que há no CT do Caju. “Sou muito bem tratado aqui, tanto pelo clube, comissão técnica e companheiros, quanto pela torcida. Quando você tem esse reconhecimento há uma entrega maior do jogador. Me entrego da melhor maneira possível”, disse o atacante à Tribuna 98.
O grande responsável pela boa fase de Cléo é o técnico Claudinei Oliveira. Com seu poder de persuasão, o treinador consegue fazer com que seus atletas corram por ele. É uma troca justa pela confiança que o comandante deposita no jogador.
“Só tenho que retribuir o que ele fala. É um cara sensacional e só o conhecendo para saber da pessoa e o profissional que é. Enquanto eu estiver no clube e ele estiver aqui vou correr por ele e pelo Atlético para que possam vir mais elogios ainda”.
Embora tenha a responsabilidade de fazer gols, Cléo tem sido fundamental para o desenvolvimento do Atlético como equipe. “Às vezes não marco gol, o que é normal, afinal um atacante não vive só fazendo gols”, afirma. “O torcedor age com a emoção e quer ver gols, jogadas bonitas. Mas o torcedor do Atlético grita durante os jogos que quer é raça independentemente se fizer gols”.
Segundo Cléo, o reconhecimento vem das ruas. “Por onde passo a torcida fala que sou importante para o time. Tento ajudar da melhor maneira possível, fechando e abrindo espaços para companheiros fazerem jogadas”.
Os seis meses parado antes de acertar com o Furacão ainda pesam para um melhor desempenho. Nada capaz de frear o objetivo do jogador, que se diz mais maduro aos 29 anos do que aquele garoto que jogou no clube em 2005. “Na minha primeira passagem eu era muito inexperiente, jovem, sem a maturidade necessária para ser titular. Hoje, a experiência está dando resultado”.