Ele está voltando. Se depender do maior ídolo do Coritiba nos últimos anos, ainda nesta semana haverá novidades no Alto da Glória. O atacante Cléber já conversou com os dirigentes do Cori, e garantiu à Tribuna que fará de tudo para retornar e ser o maior artilheiro da equipe em campeonatos brasileiros. Nem mesmo o salário, principal empecilho para um possível acerto, preocupa o jogador.
A relação entre Cléber e Coritiba começou em 1997, quando ele foi contratado junto ao Mogi Mirim. No brasileiro daquele ano, o atacante foi o único destaque alviverde, começando a criar um vínculo que ainda hoje é lembrado. “Em qualquer clube que eu jogo sou chamado de Cléber do Coritiba”, conta o jogador, que está em Fortaleza, onde joga no Ceará.
Um negócio foi irrefreável, e ele acabou sendo vendido para o Mérida, da Espanha. No segundo semestre de 98, o Atlético acertou a compra de Cléber, mas o jogador e o Coritiba armaram uma tacada ousada e ele saiu do CT do Caju na véspera de sua estréia – recomprado por 2,5 milhões de dólares. Cléber participou da boa campanha no brasileiro daquele ano. “Eu torço para o Coritiba. Minha mulher sempre brigava comigo, porque a cada derrota eu perdia a vontade de fazer qualquer coisa”, confessa.
Cléber ficou no Cori até o campeonato paranaense de 2000. “Foram três anos maravilhosos, porque eu jogava com amor”, diz. Ele foi negociado com a Portuguesa depois de entrar em atrito com dirigentes da época. “Eu vi a formação do elenco para o campeonato brasileiro e disse que ou o time melhoraria ou era melhor me negociar. A minha atitude me criou problemas com dois ou três pessoas que ainda estão no Coritiba”, relata.
Depois da Portuguesa, Cléber passou por Guarani, Avaí, Etti Jundiaí e Ceará, mas sempre com um desejo intrínseco. “Eu nunca escondi minha vontade de voltar para o Coritiba”, diz. Isso fez o jogador tomar a iniciativa de conversar com o secretário Domingos Moro. “Falei justamente sobre isso. Os diretores do Ceará já disseram que querem minha permanência, mas meu interesse é jogar no Coritiba.”
E ele prescindiria até de um salário alto. Diretores do Cori que tiveram acesso à proposta de Cléber confirmaram que a pedida é surpreendentemente baixa – principalmente para aquele que deixou o clube há dois anos como o maior salário do elenco, e sendo `responsabilizado’ como aquele que fez a dívida do Coritiba explodir. “Sei que por essas coisas podem haver barreiras para a minha contratação. Mas o salário, por exemplo, é o de menos. O principal é a minha vontade de voltar para o Coritiba”, resume.
Do lado coxa, Domingos Moro confirma a conversa. “Ele falou comigo, e conversou sobre a vontade dele em voltar para o Coritiba”, afirma. Mas apenas isso não vai resolver se Cléber volta ou não para o Alto da Glória. “É um nome que entra nas nossas conversas, e que será analisado pela direção”, explica Moro.