São Paulo (AE) – Corinthians e Palmeiras fazem hoje, às 16 horas, no Morumbi, um clássico de auto-afirmação. Os dois rivais têm ambições quase nulas de título no campeonato paulista mas, com times em formação e perto de confrontos decisivos em outros torneios, duelam em busca de autoconfiança e do apoio dos torcedores. ?O clássico vale mais que três pontos?, diz o meia corintiano Roger, uma das atrações do confronto. ?Existe uma expectativa a mais, um gosto especial que mexe com os sentidos. É nosso maior rival. A torcida já se prepara duas semanas antes e uma vitória garante a paz?, completa o lateral palmeirense Correia.
Durante a semana, o volante Magrão esquentou o clima para o clássico fazendo críticas a supostos privilégios do atacante Carlos Tevez no Parque São Jorge. O argentino, porém, contemporizou e evitou polêmica.
O Corinthians é 4.º colocado, com 22 pontos; o Palmeiras tem 17, ocupa o 9.º lugar. Ambos ainda têm chances de superar o São Paulo, com 32, mas usam o estadual para entrosar as equipes com outros objetivos.
Os corintianos, após os milhões investidos pela MSI, só pensam em se preparar para o campeonato brasileiro. Os palmeirenses, por sua vez, lideram o grupo 4 da Taça Libertadores e sonham com o título. ?O Palmeiras está em formação, é um time jovem que está melhorando, começando a ganhar padrão de jogo. Não tem grandes estrelas, a não ser o Marcos e o Magrão, mas vai de igual para igual para o clássico? diz o técnico Candinho. ?Acho justo a imprensa dizer que o Corinthians é favorito, mas eu, pela minha experiência como treinador, acho que não é.?
Candinho faz mistério e escalará o time somente no vestiário. O titular Lúcio está suspenso e Fabiano assume a lateral-esquerda. Pedrinho começa jogando, provavelmente de novo no ataque, no lugar de Ricardinho, mas pode também aparecer no meio, tomando a posição de Diego Souza.
Daniel Passarella, técnico do Corinthians, espera ver no time os ensinamentos dos últimos dias, com mais garra e marcação e dispensa atenção especial ao palmeirense Pedrinho.
Os treinadores
Pode até não valer muito para o estadual uma sobre o arqui-rival Palmeiras, mas todos no Corinthians sabem bem que novo tropeço em clássico seria um peso difícil de suportar. ?Ganhar é sempre bom, e superar um adversário tradicional como este tem importância psicológica para o grupo?, sintetizou as motivações corintianas para o jogo o técnico Daniel Passarella.
Passarella usou a semana para conhecer melhor seus atletas. Quinta-feira, promoveu uma revolução na equipe, mudando cinco jogadores e deixando desesperados os repórteres que ficaram a ver navios em relação aos prováveis titulares. ?Vocês estão confusos??, perguntou aos jornalistas. ?Eu também estou?, completou.
Já o treinador do Palmeiras, Candinho, fez segredo durante a semana e não adiantou a escalação do time para o clássico de hoje, contra o Corinthians. Sobre a tática a ser utilizada, deu apenas duas pistas: ?O Tevez é um jogador de qualidade como outros do Corinthians, o Roger, o Carlos Alberto. Teremos atenção igual com todos. E o Correia vai atacar muito como vem fazendo. O Gustavo Nery vai ter que correr atrás dele.?
Desde que assumiu o Palmeiras, Candinho dirigiu o time em oito partidas. Foram três vitórias, três empates e duas derrotas. Em clássicos, perdeu para o São Paulo na estréia, por 3 a 0, e venceu o Santos há duas semanas, por 3 a 1. Pela vitória sobre o time da Vila Belmiro e pela derrota para a Portuguesa, o time passou a ser apelidado de Robin Hood, aquele que tira dos ricos e dá aos pobres.
Corinthians – Fábio Costa; Coelho, Anderson, Sebá e Gustavo Nery; Marcelo Mattos, Fabrício, Roger e Carlos Alberto; Carlos Tevez e Bobô (Gil). Técnico: Daniel Passarella.
Palmeiras – Marcos; Nen, Daniel e Gláuber; Correia, Marcinho, Magrão, Diego Souza (Ricardinho) e Fabiano; Osmar e Pedrinho. Técnico: Candinho.
Árbitro – Luiz Flávio de Oliveira