A mudança do local de disputa da etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe do Postinho da Barra da Tijuca para Grumari, pouco mais de 20 quilômetros mais além, na zona oeste do Rio, deverá tornar a competição mais difícil. Nesta segunda-feira, o campeão mundial de 2014, Gabriel Medina, surfou em Grumari pela primeira vez e disse que as ondas do local são “mais pesadas”, o que deverá dificultar as manobras.
“É uma onda gorda, bem massuda, não tem muita parede, o que não te dá muita opção de manobra e acaba ficando mais difícil”, disse Medina, durante coletiva de imprensa realizada em um hotel do Rio. “Mas claro que também tem onda cheia, tem onda que te dá mais parede e você consegue fazer manobras, que é onde a gente tira as maiores notas. O cara tem que ser inteligente. Esse campeonato vai ser difícil.”
A mudança para Grumari foi necessária porque a estrutura montada no Postinho foi danificada duas vezes em pouco mais de uma semana por causa da ressaca do mar. O problema é que, além da distância, o novo local fica dentro de uma reserva ambiental e o acesso do público será restrito.
Os constantes problemas com as provas no Brasil – ano passado a praia de São Conrado, que seria usada como opção reserva, foi retirada do programa devido à poluição da água – está fazendo com que alguns surfistas estrangeiros façam campanha pela saída da etapa brasileira do Circuito Mundial. Os australianos estão entre os mais descontentes.
Campeão no Rio ano passado, Filipe Toledo defendeu a permanência do Brasil no Circuito. “Eu respeito a opinião deles, cada um com a sua opinião. Mas com certeza tem que ter uma etapa aqui no Brasil”, disse, mesmo que ela tenha que mudar de lugar. “Se houver algum motivo e não puder ser mais no Rio, tem muitas praias boas no Brasil, no Sul, em São Paulo… Se sair do Rio de Janeiro, eu espero que vá para outra praia do País”, declarou.