Königstein – O atacante Ronaldinho Gaúcho passou por uma situação inusitada no treino de ontem com a seleção brasileira em Königstein, na Alemanha. Ele fazia exercícios puxando uma cinta elástica – treino comum no futebol com a intenção de reforçar a musculatura das pernas, o que ajudaria o jogador no arranque – quando, de repente, a cinta se rompeu, fazendo com que o elástico batesse em suas nádegas.
A dor foi imediata com o estalo e ele caiu no chão, já que o elástico é feito com uma borracha parecida com a utilizada por médicos e, em versão mais simples, nos estilingues que as crianças usam para brincar. Após o susto, Ronaldinho, sorrindo, abaixou o calção e pediu para companheiros observarem se o local estava muito machucado. É claro que virou alvo das brincadeiras dos companheiros.
Um funcionário da CBF lhe aplicou uma pomada no local e o jogador, já rindo do próprio problema, voltou aos treinos normalmente.
Fenômeno baladeiro
A vida fora dos campos do atacante Ronaldo continua a ser motivo de agitação. O jogador brasileiro teria se divertido em uma casa noturna de Frankfurt até as 5h45 da manhã de segunda-feira, conforme o jornal alemão Bild, em sua edição de ontem.
Segundo o diário, o Fenômeno e outros jogadores da seleção deveriam ter retornado da folga até as 22h. No entanto, o atacante, mais Roberto Carlos, Emerson, Robinho, Adriano, Cafu e Julio César teriam saído da concentração, em Königstein, após esse horário para ir a uma boate.
O grupo rumou para Frankfurt, onde gastou cerca de 680 euros na área VIP da discoteca Galerie, também freqüentada por jogadores do Eintracht Frankfurt. A notícia sobre a balada não teria sido bem aceita pela coordenação da seleção, segundo o jornal.
Nenhum integrante da comissão técnica da seleção brasileira comentou o assunto. No último dia 30, após o amistoso contra o Lucerna, Ronaldo e outros jogadores do Brasil foram fotografados em uma boate daquela cidade suíça. Na ocasião, o técnico Carlos Alberto Parreira disse que os jogadores não devem satisfação sobre o que fazem em suas folgas.
Tietagem argentina
No final do treinamento de ontem à tarde, Ronaldo foi abordado por uma equipe de TV da Argentina.
O ?repórter? exibiu uma foto da banda de Carlitos Tevez, jogador do Corinthians. ?Que tal?? perguntou o rapaz a Ronaldo. ?De onde vocês vieram?? quis saber o Fenômeno. ?Argentina?, ?Argentina?, gritou o repórter. Ronaldo, em seguida, bateu a mão no peito por três vezes e disse: ?Hermanos!?
Os três argentinos pularam de felicidade com a declaração do brasileiro.
Jogadores querem falar menos com a imprensa
Königstein – Alguns jogadores da seleção têm de falar menos e se preocupar mais com a Copa do Mundo. A declaração foi feita ontem por Roberto Carlos, um dos porta-vozes do elenco na Alemanha. ?Ficamos muito próximos (da imprensa) nesses 17 dias, agora precisamos nos concentrar mais para a competição?, declarou o lateral.
Dos 23 atletas, apenas três atuam no Brasil: Rogério Ceni, Mineiro e Ricardinho. Os outros 20 jogam no futebol europeu e não estão acostumados a dar entrevistas com freqüência. Muitas vezes, passam semanas sem conversar com jornalistas. Vários reclamam da zona mista, área reservada para a imprensa pela qual todos têm de passar diariamente. Centenas de pessoas da imprensa ficam no local em busca de declarações dos astros da seleção. O número de estrangeiros é elevado e chega a assustar.
Rotina cansativa
Ronaldo, por exemplo, não quis atender aos repórteres nos últimos dois dias. ?O Ronaldo não vê problema em dar entrevistas, mas não gosta de ter de responder às mesmas perguntas várias vezes num dia?, comentou uma pessoa próxima do atacante. Não há nenhuma regra que os obrigue a falar.
Ronaldinho Gaúcho, um dos mais procurados, é diferente. Sabe conviver com o assédio sem sofrer muito. Mostra paciência para as inúmeras questões que lhe são feitas diariamente. E as responde sempre sorrindo, de bom humor.
As entrevistas diárias se tornaram rotina cansativa para os craques do Brasil.