Homem mais rápido do mundo nos 50 metros livre, com folga sobre qualquer outro estrangeiro, Cesar Cielo é agora também o mais veloz de 2014 nos 50 metros borboleta. Mas ele não gostou nada do seu desempenho na final do Troféu Maria Lenk, nesta sexta-feira à tarde, no Parque Aquático do Ibirapuera, em São Paulo. De qualquer forma, o tempo de 23s01 o coloca no topo do ranking mundial da prova nesta temporada, à frente do sul-africano Roland Schoeman, que tem 23s07.
“A prova foi bem nadada. Saí bem atrás do Nicholas (Santos). A saída não está acontecendo e é um dos meus pontos importantes da prova. Foi uma saída bem ruim”, disse Cielo, em entrevista ao SporTV, reclamando mais uma vez dos blocos de partida do parque aquático inaugurado na última segunda-feira. Por isso, ele admite que poderia ter sido melhor. “Juvenil que está assistindo (pela TV): A gente também erra bastante. Fui muito de lado”, avisou.
Para o atual campeão mundial dos 50 metros borboleta – também ganhou ouro nos 50 metros livre no ano passado em Barcelona -, dois centésimos a menos já teria feito diferença. Na natação, existe sempre o conceito da barreira dos segundos. Na prova desta sexta-feira, a ideia era completar na casa dos 22 segundos. “Tinha o objetivo pessoal de fazer o primeiro tempo do mundo e querendo nadar para 22 segundos. A saída me comprometeu”, lamentou Cielo.
Com o tempo, porém, Cielo se garantiu entre os quatro melhores índices técnicos de provas não-olímpicas para nadar o Pan-Pacífico (ele já tinha o índice, mas a CBDA só vai levar quatro atletas no masculino). Nicholas Santos também garantiu passaporte, mas pelo tempo que fez no Open do ano passado: 22s95. Nesta sexta-feira, completou com 23s23.
Como os índices técnicos dos atletas classificados nos 50 metros peito até agora (Felipe França e João Gomes Júnior) também são altos, os atletas classificados nos 50 metros costas após as finais de quinta-feira (Guilherme Guido e Daniel Orzechowski) não irão para o Pan-Pacífico. Eles só terão vaga se Cielo confirmar as expectativas e rejeitar a convocação para focar na temporada de piscina curta.
NOVO TÍTULO – Também nesta sexta-feira, Thiago Pereira ganhou medalha de ouro no Troféu Maria Lenk pela 31ª vez na carreira. O atleta mais completo da natação brasileira reclamou do cansaço no quinto e penúltimo dia de provas, apesar da vitória e do índice para o Pan-Pacífico nos 200 metros medley.
“Começou a doer ontem (quinta-feira) de noite. Comecei a sentir o corpo mole, dor no corpo. Natação é isso. A gente tem que se superar. Se eu tiver isso aí em competição importante vou ter que chegar lá e nadar. Aí falei: ‘Ah, última prova individual, vamos dar a raça’. Foi bom. Podia dar mais, mas já dá bastante confiança para o restante do ano”, contou.
Thiago Pereira, que ganhou bronze nessa prova no último Mundial, foi único que conseguiu índice nos 200 metros medley, com 1min57s98. Thiago Simon foi o segundo colocado nesta sexta-feira com 2min00s37, ficando 38 centésimos abaixo do índice para ir ao Pan-Pacífico.