As cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014 não apresentarão os projetos dos estádios dentro do prazo. Na véspera de mais uma reunião com a Fifa, os municípios trabalham para adiar a data limite prevista no cronograma do mundial: 31 de agosto.
No calendário estabelecido pela Fifa, as cidades escolhidas para receber os jogos da Copa deveriam apresentar os projetos definitivos dos estádios até o final do mês. Inclusive com estudos de viabilidade econômica.
Os representantes dos municípios, porém, já admitem que será difícil cumprir com o combinado. A partir de amanhã, em seminário das cidades-sedes com representantes da Fifa, eles pedirão que o prazo seja estendido até o final de setembro.
O encontro será realizado em três dias, até a próxima sexta-feira, no Rio de Janeiro. A apresentação de Curitiba e da Arena da Baixada, estádio indicado para receber os jogos do mundial, está marcada para quinta-feira, às 17h.
Segundo o secretário Luiz de Carvalho, escolhido pela prefeitura como gestor da Copa em Curitiba, o adiamento do prazo é defendido por todos os municípios. “No Rio, vai haver um fórum das cidades-sedes, onde discutiremos algumas reivindicações que vamos apresentar à Fifa”, revela.
Novas exigências feitas pela entidade que controla o futebol mundial estariam dificultando a conclusão dos projetos. “A Fifa nos passa novidades quase todos os dias. São adequações que atrasam a conclusão do projeto”, diz Carvalho.
Um atraso da própria Fifa seria o responsável pelo pedido de adiamento. “Temos que lembrar que essas datas foram marcadas levando em conta que as cidades-sedes seriam divulgadas no dia 29 de março. Mas elas só foram anunciadas no final de maio, mais de dois meses depois”, afirma o secretário.
Outro motivo para o adiamento é a demora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em anunciar quais serão as regras para financiamentos de estádios. Algumas cidades contam com recursos do banco para viabilizarem seus projetos.
Além de Carvalho, Curitiba será representada no seminário pela engenheira do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippuc), Suzana Andrade, e o arquiteto responsável pelo projeto da Arena, Carlos Aros.
Atraso
O prazo para apresentação dos projetos deve ser o segundo adiado pela Fifa. A entidade já abriu mão da data de 31 de janeiro para que cidades e estados formulassem leis garantindo isenção fiscal para as atividades relacionadas à Copa. “Dependemos de uma resolução do governo federal, que ainda não saiu”, diz Carvalho.
A Fifa exige do poder público a isenção de diversos tributos, municipais, estaduais e federais. Entre eles, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Sobre Serviços (ISS).