Ciclismo promete ampliar caça a ‘doping mecânico’ na Olimpíada

O ciclismo, especialmente de estrada, segue envolto em suspeitas de doping. Se ainda não conseguiu livrar-se dos recorrentes casos de atletas consumindo substâncias proibidas, a modalidade agora tem que lidar com o ruído cada vez mais alto a respeito do uso de motores escondidos dentro das bicicletas.

O burburinho não é novo. Em 2010, o suíço Fabian Cancellara, campeão mundial e olímpico, foi bombardeado de críticas por supostamente sua bicicleta conter um motor escondido durante uma prova clássica – de um dia. Vídeos circularam na internet com essa teoria, mas o chamado “doping mecânico” nunca foi comprovado. Ele sempre negou as acusações.

No mundo do ciclismo, entretanto, a existência desse tipo de trapaça é fato conhecido. A partir deste ano, a União Ciclística Internacional (UCI) finalmente começou uma caça contra o doping tecnológico, utilizando uma filmagem computadorizada que é capaz de fazer uma leitura da bicicleta em radiografia.

De acordo com Mark Barfield, coordenador técnico da UCI, até o fim do ano 12.000 testes serão realizados em bicicletas, incluindo os Jogos Olímpicos do Rio e a Volta da França. A ideia é testar também as bikes que são substituídas pelos ciclistas durante o percurso de uma etapa e que ficam nos ônibus das equipes. “Isso é algo em que estamos de olho, assim como testar as bicicletas antes e depois das etapas”, disse ele nesta terça-feira.

O primeiro caso de doping tecnológico comprovado aconteceu durante o Mundial de Ciclo-Cross, uma espécie de futsal jogado sobre bicicletas, modalidade oficial da UCI. Um belga foi flagrado exatamente na primeira competição com esse tipo de teste e recebeu seis anos de suspensão.

“Isso é algo que consideramos uma séria trapaça no nosso esporte e estamos agindo contra isso”, disse o presidente da UCI, Brian Cookson. “Queremos demonstrar que investimos firmemente nas pesquisas contra isso. Existe uma mensagem clara para os trapaceiros: ‘se você está pensando usar esse método, não o faça. Nós vamos te pegar!”

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