Bergisch Gladbach – Ronaldo talvez não seja supersticioso. Por via das dúvidas decidiu usar até o fim da participação do Brasil na Copa o par de chuteiras amarelas que estreou na vitória contra o Japão. O calçado lhe trouxe sorte, pois nessa partida marcou seus dois primeiros gols na competição, igualou recorde histórico de Gerd Müller (14 gols) e foi escolhido como melhor em campo. Sem contar que lhe caiu confortavelmente nos pés e não formou bolhas como botinas anteriores.
?As chuteiras são do mesmo modelo que tenho usado?, revelou ontem à tarde, nos jardins do Castelo Lerbach, local da concentração nacional. ?Mudou a cor, mas o amarelo me deu sorte e fico com ela até o fim?, avisou.
O astro, contestado até os 4 a 1 de quinta-feira, tem vários motivos para sorrir – e não por conta apenas do material de trabalho. Os elogios merecidos voltaram a afagar-lhe o ego, curtiu a companhia do filho Ronald na folga da sexta-feira e também conheceu sucesso como articulista de jornal.
Como celebridade não precisa de diploma, fechou contrato de oito artigos para o jornal El Mundo Deportivo, de Barcelona, e ficou satisfeito com a aceitação pública. ?Estou gostando dessa experiência de escrever?, admitiu, de olho quem sabe em uma porta que se abre e pela qual poderá passar quando encerrar carreira e deixar de ser vidraça.
A maré boa, no entanto, não serve ainda para descontraí-lo totalmente. Ronaldo às vezes, tem reações diferentes para o mesmo tema: se aborrece com repórteres de jornal, quando o assunto é seu peso – 90,5 kg, segundo o preparador físico Moraci Sant?Anna. ?Meu peso não interessa a ninguém?, adverte. Mas sorri de si mesmo, diante das câmeras de televisão. ?Quando faço gols, fico mais magro. Espero estar sempre emagrecendo na Copa.?