O ciclista britânico Chris Froome, quatro vezes campeão da Volta da França, declarou nesta quinta-feira em entrevista coletiva não ter feito intencionalmente o uso de doping e afirmou que acredita que o processo o inocentará.

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“Sei que dentro de mim fundamentalmente eu segui o protocolo e eu acredito não ter ultrapassado nenhum limite. Espero que até o final deste processo, que será claro para todos, eu serei exonerado de qualquer transgressão”, afirmou.

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A União Ciclística Internacional (UCI) anunciou oficialmente na quarta-feira que Froome foi reprovado em exame antidoping realizado em setembro durante a Volta da Espanha. No entanto, optou por não puni-lo preventivamente. A entidade pediu apenas que o atleta forneça mais informações após teste realizado durante a competição apontar o uso, em alta quantidade, de uma substância que está em um medicamento normalmente prescrito para combater a asma.

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As declarações de Froome foram feitas em coletiva promovida pela sua equipe, a Sky, que também confirmou o resultado positivo do exame. As amostras de urina revelaram concentração de salbutamol de 2.000 nanogramas, o dobro do que é permitido pela UCI.

“Fui testado durante todos os dia durante a corrida, porque sempre estive na liderança. Sabia que teria que fazer os testes”, afirmou. “Nós também temos todos os detalhes do meu dia a dia dentro da equipe: o que eu comi todos os dias, quantas vezes parei para fazer xixi. O detalhe que podemos fornecer é vasto”, prosseguiu.

RIVAL INDIGNADO – O ciclista alemão Tony Martin se mostrou indignado com a postura da UCI, que optou por não suspender Froome e dar tempo para ele se explicar.

“Estou muito bravo”, postou no Facebook. “Outros atletas são suspensos imediatamente depois de testar positivo. Ele e sua equipe estão tendo tempo para se explicar. Não tenho notícia de algum caso similar a esse. Isso é um escândalo e ele não poderia ser autorizado a disputar qualquer campeonato mundial. Será que ele e a equipe dele têm uma posição especial?”, emendou.

A UCI não se pronunciou sobre essas acusações. Em comunicado oficial, a Sky informou que Froome precisou de uma dose a mais da medicação por ter tido uma crise asmática, mas que a dose não havia sido dada além do permitido pela entidade.

Se for considerado culpado de doping neste caso, Froome, de 32 anos, poderá perder o título da Volta da Espanha e ainda receber uma suspensão. Um dos principais astros da sua modalidade no momento, o britânico possui duas medalhas de bronze olímpicas, obtidas em Londres-2012 e no Rio-2016, ambas em provas de estrada dos Jogos.