A China faz neste sábado o jogo mais importante de sua vida. Enfrentar o Brasil em um Mundial era algo impensável até há pouco tempo e tornou-se possível agora graças ao trabalho do técnico sérvio Bora Milutinovic e também, principalmente, pelo fato de Japão e Coréia do Sul terem vaga automática na Copa por dividirem a organização do evento. Abriu-se uma vaga para a Ásia e, sem dois times fortes na região os chineses aproveitaram-se da oportunidade para obter a classificação nas eliminatórias.
Se a situação já era difícil, tornou-se ainda pior com a ausência de dois jogadores: o zagueiro Fan Zhiyi (do Dundee, da Escócia) e o ala Sun Jihai, que atua no Manchester City, da Inglaterra. ?Além deles, apenas o Yang Chen (Eintracht Frankfur da Alemanha) atua em campeonatos competitivos, tem experiência e esses desfalques são terríveis para nós?, diz o preparador físico Julio Moreno. ?São dois jogadores machucados, isso acontece com todos. Não tem um, joga outro, sempre teremos onze em campo?, disfarça Bora.
O treinador procura passar otimismo, apesar de saber das dificuldades. ?É preciso sempre sonhar com a vitória. Sabemos das diferenças entre as equipes, mas temos de entrar em campo cem por cento concentrados e com entusiasmo.? Segundo Milutinovic, nem um empate serve. ?No papel, talvez as chances sejam poucas, mas temos de marcar um gol e contar com a sorte.?
Além das duas mudanças que fará na equipe por causa das contusões, é possível que Su Maozhen, atacante reserva, substitua Xu Yuniong. ?Não sei se entrarei em campo, mas se tiver essa honra de jogar contra o Brasil, farei de tudo para conseguir um bom resultado para meu país?, diz Maozhen. O mesmo discurso é repetido pelo goleiro Jiang Jin. ?Vou enfrentar alguns dos melhores atacantes do mundo, como Rivaldo e Ronaldinho. É um desafio muito grande, mas nosso trabalho está sendo feito justamente para chegar a esse ponto. Vamos jogar de igual para igual.?