A Fifa anunciou nesta quinta-feira que escolheu a China como sede da edição inaugural do expandido Mundial de Clubes, agendado para 2021, mas adiou a decisão sobre como as 24 vagas para o torneio serão distribuídas.
Uma proposta sobre quantas equipes se qualificariam das seis confederações foi compartilhada com os membros do Conselho da Fifa para aprovação em uma reunião em Xangai, nesta quinta, incluindo a Europa com oito participantes.
Mas uma votação sobre o modelo de participação não aconteceu porque a única maneira de a Oceania ter um participante seria com o vencedor da sua Liga dos Campeões derrotando o campeão nacional da anfitriã China.
A Oceania pressiona por um lugar garantido na fase de grupos do Mundial, marcado para junho e julho de 2021. A Fifa disse apenas que a definição sobre o processo de qualificação “será finalizado em um processo de consulta entre a Fifa e as seis confederações”.
Organizar o Mundial de Clubes na China será um teste para as políticas de direitos humanos que a Fifa agora sujeita as nações anfitriãs dos seus torneios, pois o governo chinês já foi acusado de reprimir ativistas pró-democracia. O governo do presidente Xi Jinping também enfrentou críticas ao tratamento dado aos muçulmanos no noroeste da China.
“Acho que precisamos refletir sobre nosso papel”, disse o presidente da Fifa, Gianni Infantino. “Países em todo o mundo estão passando por tempos difíceis. Não é a missão de Fifa resolver os problemas do mundo. A missão é organizar o futebol em todos os países. Fazemos isso trazendo futebol para as pessoas, não criticando.”
O reformulado Mundial de Clubes será realizado no ano que antecede a Copa do Mundo, substituindo no calendário a Copa das Confederações. Além disso, colocaria fim ao atual formato anual do torneio que envolve os seis campeões das competições continentais e o campeão nacional do país anfitrião. As duas próximas edições no atual modelo vão ser disputadas no Catar, no mês de dezembro.
VAGAS – Embora as vagas não tenham sido oficialmente distribuídas pela Fifa, documento obtido pela agência de notícias The Associated Press apontou como a entidade pretende distribuir as vagas.
A ideia seria destinar oito para a Europa, para os vencedores da Liga dos Campeões e da Liga Europa de 2018 a 2021, embora com a possibilidade de limitação de vagas por países. E em caso de mais de um vencedor, os vices mais recentes da Liga dos Campeões seriam os favorecidos.
Na América do Sul, com seis vagas, os campeões da Libertadores e da Sul-Americana em 2019 e 2020 se classificariam. Ainda restariam duas, sendo que a Conmebol já revelou o desejo de recriar a Supercopa para distribuí-las.
As três vagas da Ásia ficariam com os vencedores da sua Liga dos Campeões de 2019 e 2020, com os vices dessas edições se enfrentando para ser o terceiro participante. A Concacaf, também com três vagas, premiaria os finalistas da Liga dos Campeões de 2021. Não está definido no documento sobre como seria distribuída a terceira vaga, mas há a limitação de dois participantes por país.
A África também daria duas vagas para os finalistas da Liga dos Campeões de 2021, com os semifinalistas se enfrentando pela terceira. E o representante da Oceania teria de disputar uma vaga com o campeão chinês, o que a confederação pretende alterar.