Assim que o árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci apitou o final da vitória tensa e nervosa do Chile sobre o Uruguai, centenas de chilenos começaram a chegar à Plaza Itália, local oficial das grandes manifestações em Santiago. Com o triunfo por 1 a 0, o Chile volta à semifinal da Copa América depois de 16 anos. Bandeiras chilenas, torcedores pintados com as cores azul, vermelho e branco, balões artificiais e gritos de “Chi, chi, chi, le, le, le” formavam uma festa digna de um título. O Chile nunca venceu a Copa América.
“Essa vitória faz um bem a todos nós. Todos vamos celebrar. Com Uruguai nunca foi fácil, mas os jogadores deram tudo e conseguiram o triunfo’, disse presidente Michele Bachelet, que acompanhou a partida nas tribunas do Estádio Nacional.
A movimentação da capital acabou se multiplicando em várias cidades chilenas, como Concepción e Temuco, que também são sedes da Copa América. Mesmo com baixas temperaturas – a média não passa de 10º C – neste época do ano, as ruas ficaram cheias de veículos.
Os jogadores também reconheceram a importância do feito. Os chilenos não ganhavam do Uruguai desde 1983 na Copa América. “Todos nós sabemos de nossa responsabilidade histórica. Foi uma vitória importante para todo o povo chileno. Estamos falando de paixão, garra e comprometimento. Nosso time mostrou tudo isso”, disse o goleiro Claudio Bravo. “Nossa garra e o apoio das pessoas foram decisivos para nossa vitória. Poderia ter feito uma partida melhor, mas o importante foi passar por mais uma fase”, disse Aléxis Sánchez.
O autor do gol, Mauricio Isla, ficou emocionado com o gol mais importante de sua carreira. “Foi uma vitória de todos. Eu fiz o gol, mas tive a participação do Jorge (Jorge Valdivia, que deu o passe para o gol), e a equipe toda fez um jogo raro”, diz o lateral que marcou o terceiro gol de sua carreira em 64 jogos pela seleção do Chile.